
Cidade da Praia, 14 Nov (Inforpress) – A Comissão de Gestão da Federação Cabo-verdiana de Basquetebol anunciou hoje, na Praia, que mantém Mané Trovoada como seleccionador nacional e alertou para o risco de Cabo Verde falhar a janela mundial de Novembro na Tunísia.
Essas informações foram partilhadas durante a conferência de imprensa realizada no final desta tarde em que a Comissão de Gestão expôs a sua leitura da crise que afecta o basquetebol nacional e reclamou um posicionamento público do Governo.
O presidente da comissão, José Semedo, sublinhou que o órgão foi mandatado por sete das oito associações regionais para gerir a federação durante seis meses, com a tarefa prioritária de garantir a participação da selecção na janela de qualificação para o Mundial.
“O Governo terá de se posicionar sob pena de deixarmos passar uma oportunidade da nossa Selecção Nacional participar neste evento”, advertiu, ao lembrar que, perante a FIBA África, persiste um “impasse” quanto ao interlocutor legítimo, numa situação que descreveu como “federação bicéfala, com dois presidentes”.
Semedo afirmou que, apesar das dificuldades financeiras, a Comissão de Gestão optou pela via da estabilidade técnica e convidou “Mané” Trovoada a reassumir o comando da selecção.
“Hoje foi anunciado um treinador para a Selecção Nacional, quando todos sabemos que temos um treinador com contrato em vigor até Agosto de 2026”, afirmou, questionando a sustentabilidade da federação assumir encargos com “dois treinadores ao mesmo tempo”.
Semedo explicou o Governo, através da IDJ, já manifestou abertura para custear as passagens da comitiva à Tunísia, mas insistiu que o problema central está na relação com a FIBA África, que aguarda a clarificação sobre quem representa oficialmente o basquetebol cabo-verdiano e sobre quem inscreve os jogadores na plataforma internacional, processo que, segundo referiu, tem prazo até 17 de Novembro.
Por seu turno, o seleccionador Emanuel Trovoada, conhecido por “Mané”, agradeceu a confiança da Comissão de Gestão e lembrou que Cabo Verde se encontra actualmente entre as cinco ou seis melhores selecções africanas.
O seleccionador reforçou o compromisso com o país e reconheceu as limitações do período de preparação.
“Sabemos que o tempo é curto demais. Quanto mais dias difíceis tivermos, menos tempo teremos", alertou.
Mané mencionou ainda as dificuldades que enfrentou nos últimos meses.
“Sofri nove meses sem renda, sem os meus salários e ninguém perguntou se eu abandonei o trabalho”, reiterou, garantido que permanece focado no trabalho da selecção.
Na mesma conferência, o capitão da selecção, Ivan Almeida relembrou os episódios vividos no último AfroBasket, com falhas organizativas, problemas de viagens, “per diems” não pagos e aquilo que classificou como “falta de respeito” aos jogadores e ao país.
Considerou que a Comissão de Gestão tem uma oportunidade para “relançar o caminho” do basquetebol cabo-verdiano.
Almeida alertou ainda para a instabilidade institucional que afecta directamente o rendimento dos atletas, sobretudo, numa fase em que Cabo Verde, “conquistou respeito no continente africano e passou a ser visto como um adversário temido nas grandes competições”.
Horas antes desta conferência, a Federação Cabo-verdiana de Basquetebol, entretanto destituída em assembleia-geral anunciara, nas suas redes sociais, o ex-atleta José Baía, como novo seleccionador nacional masculino, em substituição de Emanuel Trovoada, situação que acentuou a disputa em torno da liderança técnica da selecção.
KF/SR//HF
Inforpress/Fim
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