*** Por Feliciano Monteiro, da Agência Inforpress ***
Assomada, 13 Fev (Inforpress) – O Carnaval em Santiago Norte, que antes da pandemia vinha registando ganhos significativos, este ano foi marcado por desistência de grupos e os que saíram às ruas levaram poucos foliões e brilho e não conseguiram atrair a multidão.
Não obstante, o “regresso em alta” em 2023, este ano os grupos oficias do Carnaval, em número de cinco, dos seis municípios da região Santiago Norte (Santa Catarina, São Salvador do Mundo, São Lourenço dos Órgãos, São Miguel e Tarrafal), que desfilaram hoje, assim como as crianças dos jardins infantis e dos agrupamentos escolares de toda a região que deram pontapé de saída da festa do Rei Momo, trouxeram pouca criatividade, imaginação e cores.
Os grupos oficiais que desceram hoje às ruas para abrilhantar a festa do Rei Momo, tentaram mostrar “muita força e folia” para manter esta manifestação cultural, mesmo com poucos foliões.
Estes justificaram o número reduzido de foliões e fim de muitos grupos com a emigração juvenil, que por sinal não para de crescer em Cabo Verde nos últimos meses, e “pouca criatividade” com a atribuição dos subsídios “em cima da hora”.
Diante deste cenário, os responsáveis, que prometem continuar a brincar o Carnaval no próximo ano, pedem mais apoios e atempadamente para que possam levar “mais criatividade, imaginação, folia e cores” às ruas da região.
Em Santa Catarina, o Carnaval contou com desfile de apenas um grupo, Marinha Fidjus di RB, da vila de Ribeira da Barca, que percorreu as principais ruas da urbe, com tema “escravatura”, onde contou com quatro alas e uma média de 60 figurantes e dois carros alegóricos.
Com a música criada para ocasião os foliões deram o máximo para alegrar a multidão que os acompanhava.
Também em São Miguel e São Lourenço dos Órgãos, o desfile contou com apenas o grupo Aja Pizara, e Grupo Maravilhas dos órgãos, respectivamente.
No Tarrafal, o desfile contou com participação dos grupos Escola Ex-EBC, Scorpion, de Ponta Lagoa, Raios de Sol, de Chão Bom, e Mandingas, de Ponta Gato, e culminará com trio eléctrico, no largo Hotel Tarrafal, a partir das 20:00.
Contrariamente dos outros concelhos, em São Salvador do Mundo houve concurso, mas, a desistência do grupo Chamas da Folia, de Leitão Grande, tirou o “brilho” à disputa, e a realização de uma cerimónia fúnebre provou que a cidade de Achada Igreja não tem condições para evento do tipo, segundo os responsáveis dos grupos carnavalescos.
O pontapé de saída foi dado pelo grupo Comunidade de Achada Igreja (Nos Cultura) seguido de Renascer, Achada Leitão (Amor e Paz), que esperou mais de três horas para entrar no “sambódromo” improvisado, por causa da realização de uma cerimónia fúnebre, tendo em conta que a igreja paroquial fica junto ao “sambódromo” improvisado.
Todos os dois grupos oficiais que percorreram um “percurso curto” na cidade de Achada Igreja, que se transformou em “sambódromo improvisado”, tinham um andor/carro alegórico cada e levaram entre 60 a 100 foliões de todas as faixas etárias.
No final do desfile, o grupo de Achada Leitão conquistou o título, relegando para o segundo lugar a agremiação de Achada Igreja, levando para casa um prémio pecuniário de 50 e 30 mil escudos, respetivamente.
O grupo de Achada Leitão, com excepção do melhor andor, viu os seus elementos arrebatarem a maioria dos prémios individuais, nomeadamente melhor rei, rainha, mestre-sala, porta-bandeira e rainha de bateria, cada categoria com um prémio monetário de cinco mil escudos.
Já o prémio de melhor folião voluntário foi para um casal de Chão Rodrigues.
Em Santiago Norte, os grupos contaram com apoios das câmaras municipais e do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas.
Com excepção de São Salvador do Mundo, nos demais cinco concelhos, Santa Catarina, Santa Cruz, São Miguel, São Lourenço dos Órgãos e Tarrafal, organizaram, nos respectivos concelhos, a “Feira de Cinzas”, disponibilizando os principais ingredientes para a confecção do tradicional almoço de Cinzas.
À semelhança das outras festas de romaria ou manifestação cultural, conforme constatou a Inforpress, apesar de não haver um “plano operacional” conjunto do Carnaval e Cinzas, a Polícia Nacional (PN) encontra-se no terreno para garantir a segurança das pessoas durante este período festivo nos seis municípios que compõem a região.
FM/JMV
Inforpress/Fim
Partilhar