Cineasta aponta desafios de incentivo e avança que maioria das produções cinematográfica tem financiamento exterior

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Cineasta aponta desafios de incentivo e avança que maioria das produções cinematográfica tem financiamento exterior
06/11/25 - 01:49 pm

Cidade da Praia, 06 Nov (Inforpress) – A cineasta e professora Artemisa Ferreira alertou hoje para a fragilidade dos mecanismos de incentivo à produção cinematográfica em Cabo Verde, avançando que as produções têm estado a funcionar, na maioria, com financiamentos do exterior.

A cineasta fez esta revelação no âmbito da conferência “A influência do cinema na sociedade: do clássico ao moderno”, a propósito do Dia Internacional do Cinema, realizada na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

Segundo a realizadora cabo-verdiana, o núcleo de apoio à produção nacional, criado anteriormente, “até o momento não funciona, porque de alguns anos nunca mais se ouve falar do núcleo”.

Artemisa Ferreira destacou que, devido à ausência de estruturas de financiamento internas, a maior parte das produções cabo-verdianas depende de editais e apoios externos, sobretudo a nível do continente africano e da Europa.

A docente alertou para a necessidade de sensibilizar empresas e instituições locais para perceberem o real papel do cinema, acrescentando que, apesar dos desafios, o interesse do público nacional pelo cinema local tem crescido, com salas frequentemente cheias durante exibições na cidade da Praia.

A cineasta destacou a importância do cinema, para além do entretenimento, afirmando que a sétima arte desempenha um papel fundamental na sensibilização da sociedade e na divulgação da cultura cabo-verdiana.

Segundo Artemisa Ferreira, o cinema está intrinsecamente ligado a áreas como filosofia, literatura e comunicação social, e pode servir como meio de ensino e de reflexão cultural.

De acordo com a docente, a universidade oferece a vertente audiovisual e, que no final do curso, o aluno termina com um trabalho audiovisual, que muitas vezes é voltado para o cinema. 

“Então isso é uma forma de incentivá-los a conhecerem o papel do cinema e também temos outras áreas, como a filosofia, que eles sempre abordam o cinema como um meio de ensino da filosofia e vice-versa”, disse, avançando que o objectivo é tornar a conferência anual.

Para Artemisa Ferreira, o cinema em Cabo Verde, embora ainda em fase de consolidação, cumpre um papel importante na sensibilização da sociedade e na valorização da cultura nacional.

“Estamos no processo ainda adolescente. Já temos alguns reconhecimentos e, através das produções feitas, o papel da sensibilização da sociedade, nos trabalhos que é sempre uma forma de criticar, divulgar, sensibilizar aquilo que se passa na nossa cultura”, explicou.

No dia 05 de Novembro celebra-se anualmente o Dia Mundial do Cinema.

Ao cinema atribuiu-se o título de Sétima Arte, uma designação dada pelo italiano Ricciotto Canudo na obra Manifesto das Sete Artes, em 1912. 

LT/HF

Inforpress/Fim

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