Cimeira da União Africana: "África não pode continuar a lamentar; a hora de agir chegou", afirma José Maria Neves

Paul, 14 Fev (Inforpress) - O Presidente da República afirmou hoje que África não pode continuar a lamentar, sendo tempo de agir de forma diferente, fazer mais para desenvolver o continente e garantir que os africanos vivam com mais dignidade.

José Maria Neves fez estas declarações ao ser questionado pelos jornalistas sobre a Cimeira da União Africana, que terá início este fim-de-semana em Adis Abeba, na Etiópia.

Para o chefe de Estado, trata-se de uma Cimeira “importante”, pois será electiva e o Presidente da República de Angola, João Lourenço, vai assumir a presidência da União Africana.

“É importante que um país de língua portuguesa, sobretudo, tenha um programa como o de Angola, que visa continuar o processo de reforma, contribuir para a paz, a segurança e a estabilidade do continente, e criar as condições para que a União Africana possa desempenhar um papel geopolítico e geoestratégico mais relevante no contexto global”, afirmou.

Segundo José Maria Neves, o tema deste ano da Cimeira está relacionado com as reparações, e, do seu ponto de vista, é “importante” continuar o processo de descolonização mental e trabalhar para investir na educação.

“É fundamental investirmos na educação como factor de transformação social, como um elemento importante de reparação do continente. E devemos continuar a investir fortemente na saúde, na preservação do património natural e cultural, e na infraestruturação do continente. Sessenta anos após as independências, não podemos continuar em África apenas a lamentar. É tempo de fazermos diferente, de fazermos mais para desenvolver o continente, para que ele se torne um actor relevante na arena internacional e para que as africanas e os africanos vivam com mais dignidade”, afirmou.

Para José Maria Neves, é “importante” colocar todos os recursos da África ao serviço do desenvolvimento.

A 38ª Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana começa este fim-de-semana e tem como mote as reparações devidas ao continente africano após séculos de exploração, primeiro através do tráfico de escravos e depois através da exploração das matérias-primas, englobando ainda os actuais movimentos migratórios que alimentam as necessidades de mão-de-obra em muitos países ocidentais.

LFS/ZS

Inforpress/Fim