Cidade da Praia, 06 Fevereiro (Inforpress) – A directora Nacional da Saúde, Ângela Gomes, reconheceu hoje que Cabo Verde precisa aumentar a capacidade de diagnóstico e investir no melhor tratamento do cancro, afirmando que o foco é trabalhar para aumentar a taxa de detecção precoce.
A responsável falava à imprensa no âmbito do webinar promovido pelo Instituto Nacional da Saúde Pública (INSP) para assinalar o Dia Mundial da luta contra o Cancro, assinalado a 04 de Fevereiro.
Segundo disse, o cancro já é um problema de saúde pública a nível mundial e uma demanda pesada para qualquer sistema nacional de saúde, tendo avançado que Cabo Verde tem já uma incidência de cancro devidamente registada na base de registo oncológico e já faz parte, inclusive, do registo oncológico africano.
Citando dados de 2022 validados a nível do cancro indicou uma incidência maior no cancro de mama e da próstata, mas afirmou que não se pode descurar outros tipos de cancro que são muito prevalentes, como os do aparelho digestivo, desde a boca, o esófago e o intestino.
“Infelizmente em Cabo Verde ainda contamos com uma taxa de detecção já com o diagnóstico muito avançado da doença”, lamentou, adiantando que o foco neste momento, a nível do Programa Nacional de Luta contra o Cancro, é priorizar a questão do aumento da taxa de detecção precoce.
Isto, tendo em conta que, reconheceu, é preciso aumentar a capacidade de diagnóstico e investir no melhor tratamento no País.
“Quando se fala de diagnóstico é melhorar a nível de reagentes, de todos equipamentos nomeadamente mamografias, ecografias de última geração, é melhorar a capacidade laboratorial”, especificou.
Para a directora nacional da Saúde é necessário também apostar na melhoria da formação dos profissionais de saúde, melhorar a capacidade de diagnóstico mais próximo das pessoas, ou seja, junto aos hospitais regionais, levando os cuidados primários de saúde.
Por seu lado, o administrador executivo do INSP, Hélio Rocha, explicou que o webinar visa, essencialmente, abordar as formas de prevenção, reforçando que para o cancro a melhor forma a melhorar é exactamente a prevenção.
“O desafio prende-se exactamente na promoção do estilo de vida saudável. Estamos a falar de mudanças de comportamento das pessoas, de forma que as pessoas adoptem estilos de vida saudável, à base de alimentação saudável e prática de exercícios físicos”, precisou.
Segundo apontou, a nível global prevê-se que todo o custo associado ao cancro será de 25,3 bilhões de dólares até 2050.
Em Cabo Verde o cancro está incluído nas três principais causas de morte sendo que o cancro do aparelho digestivo é a primeira causa de morte por cancros, de acordo com o último relatório estatístico publicado pelo Ministério da Saúde.
ET/HF
Inforpress/Fim
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