“Cabo Verde tem sido um exemplo na lusofonia na transição energética e no financiamento de projetos” - especialistas

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“Cabo Verde tem sido um exemplo na lusofonia na transição energética e no financiamento de projetos” - especialistas
14/03/25 - 01:51 pm

Santa Maria, 14 Mar (Inforpress) - Especialistas nas áreas da transição energética foram hoje unânimes em afirmar, durante o Fórum de Investimento da África Lusófona, que Cabo Verde tem sido “um exemplo” ao nível da lusofonia na transição energética e no financiamento de projetos.

Esta posição foi defendida durante o primeiro painel discutido hoje no segundo dia do fórum sobre a transição energética, tendo sido debatido qual o potencial e os desafios das energias renováveis e as estruturas políticas que apoiam a transição energética.

Conforme a diretora executiva da Associação Lusófona de Energias Renováveis (ALER), Isabel de Abreu, Cabo Verde tem sido “um exemplo” ao nível da lusofonia na transição energética e no financiamento de projetos, principalmente para o setor privado.

“Temos vindo a identificar vários casos de estudo e boas práticas de sucesso aqui em Cabo Verde, e referimos ao grande projecto da Cabo Eólica, que já demonstrou sucesso e permitiu criar um historial e uma confiança nas instituições, mas também agora novos projetos, nomeadamente das águas de Ponta Preta”, exemplificou.

Além disso, continuou, recentemente foi assinado o acordo de conversão de dívida de Cabo Verde com Portugal para a criação do Fundo Climático e Ambiental, que já lançou o seu primeiro curso de expansão da Central Solar do Palmarejo.

Um outro “bom exemplo”, vincou, são as linhas de crédito, que são constituídas com o apoio e com garantia do Orçamento do Estado para a micro geração.

A mesma fonte sublinhou que é importante não só promover a geração em grandes centrais, mas também que cada um dos consumidores para que possam produzir a sua própria energia para as suas necessidades.

Isabel de Abreu informou ainda que, através da ALER, estão a identificar estes projetos e a promovê-los numa série de seminários de energia e clima, no qual Cabo Verde tem participado e tem sido possível identificar estas oportunidades.

Por sua vez, o diretor executivo da empresa Anglobal, António Nunes, frisou que a transição energética é uma das “bases fundamentais para o desenvolvimento económico”, já que as energias energéticas em países como Cabo Verde são produzidas por geradores a diesel, que têm grandes consumos.

“Isto é um activo que Cabo Verde não produz, que tem que importar, e, portanto, a transição para energias renováveis, por um lado, quando falamos em energias sustentáveis, é o facto de serem menos poluentes, portanto o ambiente vai agradecer, mas por outro lado são mais eficientes do ponto de vista do custo”, sublinhou.

Neste sentido, disse que, para Cabo Verde especificamente, é muito importante ser debatida, ser debatida e apostar na transformação energética.

Do ponto de vista privado, sustentou, “é mais desafiante”, porque para que o privado possa fazer investimentos em infraestruturas de alto valor agregado e que a sua recuperação é de longo prazo, tem que haver uma estrutura e uma regulação e uma plataforma de confiança do privado com o próprio Estado, para que estes investimentos sejam feitos pelo privado.

Destacou que existem desafios, mas podem ser ultrapassados com a criação e de “condições adequadas” para que o privado tenha incentivos suficientes para investir.

De outra maneira, concluiu Aótonio Nunes, é “realmente desafiante”, porque a grande vantagem de ter projetos estruturantes na mão do privado, a seu ver, é porque têm eficiência económica, e neste nível o país tem avançado.

NA/AA

Inforpress/Fim

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