
Cidade da Praia, 01 Dez (Inforpress) - Cabo Verde já registou no primeiro trimestre deste ano 172 novos casos de infecção por HIV e a cidade da Praia continua a ser o município com maior prevalência.
A informação foi avançada pelo responsável da avaliação do Comité de Coordenação do Combate à Sida (CCC-Sida), Adilson Pina, em entrevista à Inforpress no Dia Mundial de Luta Contra o VIH-Sida, celebrado hoje.
A efeméride deste ano tem como lema “Eliminar as barreiras, transformar as respostas à sida".
De acordo com os dados do Inquérito Demográfico de Saúde Reprodutiva (IDSR) de 2024 estima-se que havia 3.811 pessoas a viverem com HIV-Sida em Cabo Verde, e desses 3.793 casos positivos são identificadas.
Segundo Adilson Pina, este número é variável e sofre alterações anualmente, porque há pessoas que morrem, há surgimento de novos casos bem como as pessoas que saem do país.
“Tem sido uma ginástica a nível das instituições públicas, a coordenação das respostas para que essas pessoas tenham acesso aos cuidados de saúde, à prevenção, ao tratamento e seguindo as normas internacionais de ter a carga viral indetectável", precisou.
Este especialista informou que depois da cidade da Praia, a ilha de São Vicente, município de Santa Catarina de Santiago, Sal, município de Santa Cruz e cidade de São Filipe, na ilha Fogo, têm maior prevalência da doença no país.
O responsável da avaliação do CCC-Sida revelou que Cabo Verde regista em média 350 a 500 novos casos de VIH/Sida por ano.
De acordo com os dados do IDSR, a taxa de prevalência é de 0,6% no país.
Desses, 0,7% são mulheres e 0,4% homens.
Segundo Adilson de Pina, as mulheres continuam ano após anos a serem as mais vulneráveis por esta doença, devido a vários factores de vulnerabilidade.
Sobre a camada de risco, revelou que a maior prevalência incide sobre os homens que fazem sexo com homens, com uma prevalência de 9,5%, 4,9% para trabalhadores de sexo, usuários de drogas, 2,6%, indivíduos que estão nas cadeias, 2,4%, e na população deficiente 2,6%.
A nível do tratamento avançou que está disponível e gratuito em todas as estruturas de saúde do país.
"Actualmente, já existe uma injecção que é introduza a cada seis meses e tem uma eficácia superior a 99%, aprovado recentemente e que vários países europeus e africanos já introduziram ", referiu.
Este especialista apontou vários ganhos a nível desta doença no país como tratamento e diagnóstico gratuitos, mecanismos e apoios para toda a população seropositiva, apesar de ainda persistir alguns desafios, sobretudo, a nível de parcerias e financiamentos.
Contudo, destacou desafios na discriminação e o estigma social dos seropositivos em Cabo Verde, impactando a saúde e o seu bem-estar.
Nesse quesito, sublinhou que já existem normas e mecanismos que Cabo Verde aprovou recentemente, que incluem todas as normas e regras sobre a prevenção, tratamento, cuidado e denúncia do VIH/SIDA.
Neste dia apelou a consciência individual de cada pessoa sobre esta doença, a mais parcerias nacionais e internacionais para que juntos o país possa dar melhor resposta a esta doença.
Em 2024, o Governo reafirmou o compromisso de alcançar a certificação de Cabo Verde como um país livre da transmissão vertical do VIH e para a eliminação do Sida até 2030.
Dia Internacional de Luta contra o VIH/Sida foi uma iniciativa de James Bunn e Thomas Netter, dois oficiais do Programa Mundial de Combate à SIDA da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A ideia ganhou apoio dentro e fora da organização, sendo reconhecida pela resolução 43/15 da Assembleia Geral da ONU, em 1988, com o objetivo de sensibilizar a população para a importância da data.
*** NOTÍCIA RECTIFICADA NO NÚMERO DE CASOS DE NOVAS INFECÇÕES, NO TÍTULO E NO LEAD, QUE PASSAM DE 259 PARA 172 A PEDIDO DA DIRECÇÃO DO PROGRAMA ***
DG/AA
Inforpress/Fim
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