Cidade da Praia, 01 Ago (Inforpress) – A Direcção Nacional de Saúde (DNS) intensificou as medidas de prevenção e controlo do paludismo na Praia, depois de terem sido registados casos de reintrodução e autóctones, apesar de o arquipélago ter sido certificado como livre da doença.
A directora nacional de Saúde, Ângela Gomes, deu estas informações à margem de uma formação para formadores, lembrando que Cabo Verde está há mais de três semanas sem novos casos, graças à intensificação das acções no terreno para travar a transmissão local.
A formação, baseada num novo Guia de Vigilância, integra o plano de contingência declarado este ano e conta com a consultoria de especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas áreas de epidemiologia e entomologia.
“Estamos aqui com os reforços importantes, que são as consultorias da OMS na área de epidemiologia e entomologia, os experts que nos acompanharam durante a certificação. Estamos a aproveitar esta vinda para capacitar formadores nas áreas críticas de prevenção da reintrodução do paludismo”, afirmou.
A responsável de saúde avançou que, apesar de o país registar anualmente entre 47 e 50 casos importados da doença, com maior incidência na Praia e na ilha da Boa Vista, a preocupação actual reside no surgimento de casos locais.
“Desde o final de 2024 e mesmo agora, em 2025, nós temos tido casos classificados na cidade da Praia, especificamente como casos reintroduzidos e casos de paludismo autóctono, ou seja, da transmissão local”, alertou.
A directora nacional de Saúde assegurou, contudo, que não há casos activos neste momento.
“Já registámos um total de 30 casos durante este ano, sendo que a maioria são importados, alguns reintroduzidos e 15 casos autóctonos. Neste momento, não temos casos activos”, assegurou.
Em relação às zonas historicamente críticas, como Fonton e Cobom, Ângela Gomes destacou que continuam a ser focos de risco, devido à presença de poços abertos e valas com lixo acumulado, que servem de criadouros de mosquitos.
Daí que, explicou, a DNS está a trabalhar com a empresa Águas de Santiago (AdS) e com o apoio do fundo de emergência para cobrir estes poços e defendeu a necessidade de uma melhor regulamentação para a sua gestão e para a limpeza das valas.
A directora apelou ainda à responsabilização social e à consciência colectiva para prevenir tanto o paludismo como eventuais epidemias de dengue, reforçando que o objectivo é impedir qualquer surto no país.
TC/CP
Inforpress/Fim
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