
Mindelo, 23 Out (Inforpress) – O director nacional das Pescas e Aquacultura afirmou hoje que o novo acordo de pescas entre Cabo Verde e a União Europeia dará “maior atenção” às comunidades pesqueiras, além de consolidar projectos de inovação, formação e capacitação.
Carlos Monteiro falava no termino da reunião da Comissão Mista das Pescas, que decorreu no Mindelo, com o objectivo de avaliar a implementação do acordo no domínio das pescas, em vigor até 2029.
“Reforçámos a componente das comunidades. A nova matriz vai, para além de consolidar os projectos de inovação, formação e capacitação, dar uma maior atenção às comunidades piscatórias, nomeadamente em pequenas infra-estruturas”, clarificou.
Segundo a mesma fonte, no anterior enquadramento não existia a componente de monitorização, que constitui uma das “grandes dificuldades” que as comunidades enfrentam.
Contudo, conforme explicou Carlos Monteiro, desta vez foram introduzidas inovações que vão ao encontro das necessidades das comunidades.
Entre elas destacam-se as infraestruturas, uma vez que uma das “grandes reivindicações” é que as comunidades piscatórias tenham acesso a combustível nas suas localidades, evitando deslocações em carros para lugares distantes e sem segurança.
Outra inovação é a construção de arrastadores, para que os pescadores tenham melhores condições para o arrastamento dos botes, bem como para o tratamento do pescado.
Acrescentou ainda que será dada atenção à capacitação dos pescadores na vertente de diversificação de novas artes de pesca.
“É para que as comunidades sintam mais a presença da União Europeia. Este acordo vai proporcionar um aporte financeiro maior às comunidades piscatórias, sobretudo nas componentes de comercialização, valorização do pescado e inovação em novas técnicas, mas, principalmente, incidir nas infraestruturas”, reforçou.
O director nacional das Pescas e Aquacultura esclareceu igualmente que o actual acordo de pesca entre Cabo Verde e a União Europeia permite a presença de 56 embarcações europeias a operar nas águas cabo-verdianas.
Contudo, referiu, apenas 50 por cento (%) dessa possibilidade foi utilizada.
“Até este mês de Outubro, das 56, apenas 22 embarcações solicitaram e beneficiaram dessa autorização”, informou, lembrando que, além do apoio sectorial de 3,9 milhões de euros, cada embarcação solicita uma licença pela qual paga uma taxa.
CD/AA
Inforpress/Fim
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