Sal Rei, 28 Jun (Inforpress) – A V edição do evento Ritmos e Acordes serviu de palco para o músico Eliseu Almeida lançar um alerta sobre a urgência de preservar a tradição do violão da ilha da Boa Vista, através de investigação e documentação.
O certame, que aconteceu na noite de sexta-feira, 27, em Sal Rei, no Centro de Artes e Cultura (CAC), no âmbito das celebrações de Santa Isabel e do concelho, e comemoração dos seus 50 anos da independência, tem como um dos objetivos principais dar destaque aos instrumentistas.
Em declarações à Inforpress, Eliseu Almeida, que também é professor e actua na promoção de eventos musicais, voltou ao palco do “Ritmos e Acordes” depois de oito anos, justificando a sua participação com a necessidade de uma “atenção especial” a cultura, sobretudo, a tradição de violão da Ilha da Boa Vista”.
O músico expressou preocupação com o risco de a identidade musical da ilha cair no esquecimento, em consequência da mobilização populacional e investidores externos.
“Estamos numa luta pela identidade da Ilha da Boa Vista, porque sempre tivemos uma tradição muito forte de violão”, afirmou Eliseu Almeida.
O mesmo indicou que o seu principal objetivo é “rejuvenescer essa herança musical! e recolocar a Boa Vista em destaque no cenário musical nacional.
Para concretizar este resgate, apelou diretamente à vereação da Cultura da câmara municipal, defendendo um maior investimento em investigação e documentação, e alertando para a perda de informações cruciais sobre compositores e temas tradicionais da ilha.
É neste contexto que o músico está a impulsionar o projeto Cordas Soltas, iniciativa que visa documentar a “rica história” musical da ilha, e já conta com parceiros como Eutrópio Lima da Cruz, formado em música.
Eliseu Almeida considera que o projeto está no “bom caminho”, mas enfatizou a necessidade de “apoio e de um compromisso de investigação e de documentação” para preservar o vasto património musical do violão da Boa Vista.
MGL/AA
Inforpress/Fim
Partilhar