Boa Vista: Fundação Tartaruga reforça capacidade de resposta a arrojamentos de cetáceos com formação e equipamentos

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Boa Vista: Fundação Tartaruga reforça capacidade de resposta a arrojamentos de cetáceos com formação e equipamentos
03/11/25 - 12:45 pm

Sal Rei, 03 Nov (Inforpress) – A Fundação Tartaruga e parceiros iniciaram hoje na Boa Vista uma formação especializada que visa capacitar agentes para a correta intervenção e reflutuação de cetáceos, baleias e golfinhos encalhados, e dotar a ilha com equipamento de resgates.

A formação decorre até sexta-feira, 07, e é realizada em parceria com o Projecto Biodiversidade.

Prevê abranger 36 formandos, entre eles "elementos-chave no terreno" das organizações ambientais como a BIOS.CV, Cabo Verde Natura e também Bombeiros, Polícia Marítima e representantes do Ministério do Ambiente.

Segundo a coordenadora de voluntários da Fundação Tartaruga, Sara Vieira, a iniciativa surgiu devido a vários casos de arrojamentos de cetáceos, com mais de 70 registados na Boa Vista desde 2000, e também pela falta de equipamentos para reflutuação, ou seja, o processo de voltar a colocar os animais na água de uma maneira correta.

“Surgiu da necessidade de tentarmos aumentar a taxa de sucesso nestes casos de reflutuação, nestes casos em que os animais vêm dar à costa e nós tentamos então voltar a colocá-los na água”, afirmou a coordenadora.

Sara Vieira explicou ainda que se trata de um fenómeno que exige intervenções coordenadas, conhecimento técnico e equipamento específico para a proteção da biodiversidade marinha de Cabo Verde.

O principal objetivo da ação, concretizou, é reforçar as capacidades locais e dotar as equipas com as boas práticas necessárias para garantir a sobrevivência dos animais.

Além da componente teórica, que vai abordar a biologia dos cetáceos, também haverá uma componente prática e física sobre a movimentação segura dos animais para a água, na praia de Chaves.

Ali vão usar os equipamentos adquiridos, um pontão para Boa Vista e outro para o Sal, feitos por uma equipa da Nova Zelândia, que vão ajudar na restauração do equilíbrio dos animais antes de serem libertados.

Sara Vieira indicou que as causas dos arrojamentos “não são muito percebidas” a nível mundial, podendo estar ligadas a doenças, má nutrição ou falhas de navegação, devido a interferências no campo magnético da Terra.

E na Boa Vista acontece muitos arrojamentos em massa da baleia-piloto, que por ser uma espécie altamente social, o encalhe de uma leva ao seguimento por dezenas de outras, tornando o resgate "um bocadinho mais crítico", o que exige pessoal formado e treinado em coordenação imediata.

A formação está a ser ministrada por técnicos vindos da Inglaterra e da Fundação Tartaruga e vai contar ainda com a participação da equipa de cães e drones da fundação, que irá profissionalizar a resposta tática no terreno. 

Durante a semana está prevista uma deslocação da equipa de formadores à ilha do Sal onde será replicada a acção de formação.

MGL/AA

Inforpress/Fim

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