Cidade da Praia, 10 Abr. (Inforpress) - A Associação Ambientalista Biosfera está a internacionalizar-se através de um projecto vocacionado para o desenvolvimento das comunidades costeiras, já apresentado na Escócia, a uma fundação inglesa que vai financiar seis países em três oceanos, durante 10/15 anos.
Orçado entre os seis a oito milhões de euros, o projecto, segundo o cofundador da Biosfera, Tommy Melo, que está à frente desta iniciativa e deu a conhecer esta iniciativa à imprensa, foi desenvolvido dentro desta ONG, com vários segmentos e já foi apresentado recentemente no “Ocean Leads” na Escócia, onde, observou, “foi bem-recebido pelos financiadores”.
A Biosfera, neste momento, está a identificar países com condições para a implementação deste modelo, explicitou este biólogo marítimo, para quem vai ser um grande passo para a internacionalização dos trabalhos desta Organização Não Governamental (ONG) cabo-verdiana.
“Biosfera até agora tem estado a operar, apenas dentro de Cabo Verde, como uma organização local, regional, mas com este passo vamos internacionalizar o nosso trabalho, praticamente em todos os oceanos. Vamos desenvolver nos oceanos Índico, Pacífico, para além dos projectos que já estamos a desenvolver nas ilhas do Oceano Atlântico”, enfatizou.
A Biosfera aposta na sua metodologia de trabalho que considera “eficaz”, pelo que os possíveis países beneficiados terão de contar com uma ONG local “muito bem estabelecida” para a implementação desta nova abordagem, desde que haja o acolhimento dos respectivos governos e comunidades locais, conscientes na implementação do modelo e cogestão da economia azul.
Para a materialização deste projecto, reforçou, vai ser ainda essencial, ter um privado consciente e que esteja com vontade de aplicar financiamento para o desenvolvimento de algumas actividades nas zonas.
Relativamente a Cabo Verde, avançou, o Governo já começou a demonstrar alguma abertura na formação de parcerias e sinergias com as ONG, ligadas à protecção do ambiente no arquipélago, mas disse que se torna necessário um maior envolvimento, já que “de momento não passa mais do que alguns papéis assinados”.
“É preciso que haja maior envolvimento no terreno, realmente”, considerou, alertando para que os corpos técnicos governamentais dêem mais abertura às opiniões das organizações, exemplificando que só a Biosfera já conta com mais de 30 técnicos formados que trabalham há 20 anos no meio ambiente de Cabo Verde.
“Não é vergonha nenhuma o Governo abraçar os parceiros nacionais, que ali trabalham há muitos anos, mas uma parceria que não seja apenas burocrática, mas que seja na prática”, defendeu Melo, justificando com a necessidade de uma maior divulgação das autoridades competentes junto da comunidade, para uma maior e melhor aplicação das leis.
Nesta linha, revelou que esta organização está a apostar em actividades de pesquisa científica nas suas incursões, visando a criação de um conjunto de dados que possam ser úteis para os decisores políticos no campo da gestão de áreas protegidas.
A Biosfera, revelou, está a implementar 18 projectos nas suas várias áreas de actuações desde a conservação do ecossistema, abarcando aves marinhas, aves terrestres, répteis terrestres, tartarugas, recifes corais, tubarões e raias bem como a nível da flora.
SR/ZS
Inforpress/Fim
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