Ilha do Sal: Alunos do Colégio Letrinhas levam preocupações ambientais e sociais à Assembleia Municipal

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Ilha do Sal: Alunos do Colégio Letrinhas levam preocupações ambientais e sociais à Assembleia Municipal
19/12/25 - 02:53 pm

Espargos, 19 Dez (Inforpress) – Um grupo de alunos do Colégio Letrinhas alertou hoje, na Assembleia Municipal do Sal, para problemas ambientais, sociais e urbanísticos da ilha e defendeu mais responsabilização, educação cívica e políticas integradas para um desenvolvimento sustentável.

Numa intervenção na IV Sessão Ordinária do IX Mandato da Assembleia Municipal do Sal, no período destinado aos munícipes, os estudantes sublinharam que a sua participação resultou de observação e reflexão sobre a realidade local, afastando a ideia de que representam apenas o ponto de vista dos professores.

“Saímos do nosso espaço de conforto, as quatro paredes da sala de aula, para observar, reflectir e opinar de forma consciente”, afirmaram, salientando que a imagem turística projectada para o exterior difere da vivida por parte significativa da população.

Do ponto de vista ambiental, os alunos apontaram a escassez de espaços verdes, a acumulação de lixo em zonas periféricas e a pressão urbana sobre áreas frágeis, agravadas pelo clima árido da ilha.

Questionaram ainda a gestão ambiental e urbanística, o papel da população e a importância da educação familiar e escolar como fator decisivo no combate à pobreza.

Os estudantes reconheceram os esforços feitos pelas autoridades, nomeadamente ao nível do realojamento, mas alertaram para dificuldades persistentes nos bairros periféricos da cidade dos Espargos, como a ausência de equipamentos sociais, espaços verdes e infraestruturas desportivas funcionais, bem como problemas de sobrelotação, degradação de edifícios e falta de acompanhamento social após o realojamento.

Na sua análise, criticaram um sistema que consideram “excessivamente assistencialista” e, “por vezes, populista”, defendendo que, embora possa gerar algum crescimento, “falha” em promover um verdadeiro desenvolvimento sustentável.

Questionaram também a falta de responsabilização de quem danifica espaços públicos e a aplicação efectiva das leis existentes.

Entre as propostas, os alunos defenderam a criação de centros de acompanhamento comunitário nos bairros sociais, com assistentes sociais e policiamento de proximidade, bem como uma distribuição mais equilibrada da habitação social no território, de forma a reduzir desigualdades e promover integração.

Outros munícipes presentes na sessão reforçaram os apelos feitos pelos alunos, sobretudo no que respeita às questões do saneamento básico e à criação de mais espaços adequados para crianças, convergindo na necessidade de melhorar a qualidade de vida nas comunidades.

Os estudantes concluíram apelando para que as decisões da Assembleia Municipal privilegiem a capacitação das pessoas e a promoção da economia, defendendo que o desenvolvimento exige esforço, investimento e responsabilidade individual, num país que assinala 50 anos de independência.

NA/CP

Inforpress/Fim

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