Governo aposta em modelo unifamiliar e São Miguel torna-se referência na política habitacional nacional

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Governo aposta em modelo unifamiliar e São Miguel torna-se referência na política habitacional nacional
01/12/25 - 09:21 pm

Calheta, 01 Dez (Inforpress) – O Governo aposta num modelo habitacional unifamiliar para o futuro da política de habitação em Cabo Verde, e São Miguel assume-se como município de referência na sua implementação, destacou hoje o ministro das Infraestruturas, Víctor Coutinho.

Durante uma visita ao novo complexo habitacional em São Miguel, o governante explicou que o modelo unifamiliar representa uma alternativa mais adaptada às especificidades territoriais, quando comparado ao tradicional modelo multifamiliar, baseado em edifícios em banda.

Segundo Víctor Coutinho, trata-se de uma solução concebida para aumentar o acesso à casa própria, reduzir o défice habitacional e proporcionar maior autonomia e qualidade de vida às famílias.

“Este é, para nós, um dos melhores modelos de habitação social e também jovem. Acreditamos que será o futuro da habitação em Cabo Verde”, sublinhou, lembrando que estas construções já estão em curso em vários pontos do país, como São Nicolau, São Vicente e São Miguel.

O ministro garantiu ainda que o complexo local se encontra concluído e pronto para ser entregue, devendo acolher as primeiras famílias ainda antes do Natal.

A sustentabilidade destes empreendimentos, enfatizou, exige igualmente a criação de mecanismos sólidos de gestão condominial, área em que o Governo está a trabalhar em parceria com a ONU Habitat, com o objectivo de garantir soluções duradouras para a administração das moradias.

Por seu turno, a sub-secretária-geral das Nações Unidas e diretora executiva da ONU Habitat, Ana Cláudia Rossbach, que também esteve nesta visita, destacou Cabo Verde como um caso de “boa prática” internacional.

Recordou que a habitação está no centro da estratégia da organização para o período 2026-2029, e considerou exemplar a articulação entre Governo, municípios e comunidades.

“Aprendemos aqui um modelo de cooperação eficiente: o município disponibiliza os terrenos e conhece as necessidades locais, enquanto o Governo define os critérios e prioridades. Essa combinação é extremamente relevante para inspirar outros países”, afirmou.

Para o presidente da Câmara Municipal de São Miguel, Herménio Fernandes, os resultados alcançados demonstram o impacto positivo desta política integrada.

Com cerca de cinco mil casas no concelho, apenas cerca de 500, conforme o autarca, continuam em situação de risco, situação exposta com as chuvas torrenciais do mês de Novembro, um número que, segundo o autarca, evidencia o trabalho realizado nos últimos anos.

Fernandes destacou programas municipais que facilitam o acesso dos jovens à terra, oferecem projectos arquitetónicos gratuitos, apoiam a autoconstrução e reabilitam casas de famílias vulneráveis, garantindo uma melhoria gradual e consistente do parque habitacional local.

“Estamos alinhados com o programa do Governo e vamos continuar a investir, sobretudo, para jovens casais e famílias de baixa renda. Brevemente lançaremos um novo investimento habitacional na área urbana da Calheta para reforçar ainda mais a oferta”, garantiu.

Com o novo modelo unifamiliar e a cooperação internacional reforçada, São Miguel consolida-se assim como laboratório nacional da política habitacional que o Governo quer ver replicada noutras ilhas, transformando o direito à habitação em realidade para um número crescente de cabo-verdianos.

MC/JMV

Inforpress/Fim

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