
São Filipe, 29 Nov (Inforpress) – O delegado do Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA), Estevão Fonseca, destacou, sexta-feira, o potencial enológico da ilha do Fogo, na primeira edição do salão internacional do vinho, bebidas e produtos agropecuários, Provinho.
Estevão Fonseca que participou da conferência “valorização da Região Fogo/Brava no contexto da enologia”, sublinhou o vasto potencial vitivinícola da ilha, reconhecido por especialistas, produtores e comunidade local.
Segundo o delegado do MAA, apesar dos avanços já alcançados, persistem desafios importantes, como a certificação do vinho e a necessidade de reforçar a divulgação e promoção do produto tanto no mercado nacional como internacional, incluindo os chamados “mercados da saudade”.
“A ilha do Fogo encerra um grande potencial na cultura da vinha, uma história que traduz a resiliência dos homens e mulheres da ilha, sobretudo dos residentes na Caldeira”, afirmou.
Durante a conferência, destacou ainda o papel do turismo na valorização da história, gastronomia, cultura e modo de vida da região e para isso, Estevão Fonseca defendeu o envolvimento de todos, o sector privado, instituições públicas, produtores, empresários e diáspora, de forma a potenciar o desenvolvimento.
O delegado salientou que a ilha já conta com enólogos formados e várias empresas que empregam jovens na área, mas chamou atenção para a necessidade de investir no desencravamento das zonas altas, através de parcerias público-privadas.
“O sopé do vulcão e a bordeira exterior do Fogo, representam um “tesouro valioso, um diamante por descobrir e lapidar”, com potencial para aumentar o PIB per capita, reforçar a balança comercial e consolidar o vinho do Fogo como marca distinta de Cabo Verde”, disse.
Entre os desafios futuros está a criação de uma confraria do vinho do Fogo e a implementação do Museu do Vinho, iniciativas que, segundo Estevão Fonseca, devem ser amplamente debatidas com produtores e autoridades.
Segundo o mesmo, a visão do Governo para a Zona Económica Especial do Fogo, com epicentro em Chã das Caldeiras e no Vulcão, prevê incentivos capazes de valorizar o património e impulsionar o sector vitivinícola.
A programação do Provinho para hoje inclui visitas a adegas (Monte Barro e Chã das Caldeiras) e queijaria (Monte Grande), encontros de enólogos, abertura da praça de restauração e animação, salão de exposição com provas de vinho e a conferência “a sustentabilidade do vinho do Fogo”, moderada por Dilma da Cruz, com participação do presidente da Câmara de Santa Catarina do Fogo, Manuel Teixeira, e da representante do Turismo de Portugal, Florbela Baptista.
O evento culmina com a gala Provinho, seguida do encerramento, com intervenções do presidente da Associação Nacional dos Municípios de Cabo Verde, Fábio Vieira, do presidente do Instituto do Turismo, Hamilton Fernandes, e da secretária de Estado das Comunidades, Vanuza Barbosa.
Serão entregues ainda medalhas de reconhecimento às adegas Chã, Maria Chaves e Sodade e aos cozinheiros mais antigos, além de diplomas a Monte Losna, Suifogo, Monte Grande, JBey (Brava), Cutelo Capado e Casa Ramiro.
JR/CP
Inforpress/Fim
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