
Cidade da Praia, 11 Nov (Inforpress) – O ministro da Cultura e das Indústrias Criativas anunciou hoje a adesão de Cabo Verde ao Programa Ibero-Americano de Indústrias Culturais e Criativas, da Organização de Estados Ibero-americanos, como observador, sublinhando o reforço do diálogo e cooperação linguística.
O anúncio foi feito na abertura da quarta Conferência Internacional das Línguas Portuguesa e Espanhola (CILPE 2025), que decorre hoje e quarta-feira na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), na cidade da Praia, sob o tema “Línguas, Cultura e Cidadania para um Mundo Sustentável”.
“Gostaria também de marcar aqui hoje que o Governo de Cabo Verde, através do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, acabou de assinar a sua adesão ao Programa Ibero-Americano de Indústrias Culturais e Criativas como um representante observador desta organização, a OEI, a quem agradecemos o convite”, comunicou.
Em representação do primeiro-ministro, Augusto Veiga afirmou que receber a CILPE é um "reconhecimento simbólico do papel de Cabo Verde como ponte entre povos, línguas e culturas", destacando a vocação universal do arquipélago.
O governante realçou que as línguas portuguesa e espanhola, faladas por mais de 800 milhões de pessoas no mundo, são "irmãs, filhas do mesmo tronco ibérico" e instrumentos de "diversidade e inclusão".
“No contexto contemporâneo, marcado por transformações tecnológicas aceleradas, desafios ambientais e novas dinâmicas globais, a valorização das línguas torna-se ainda mais estratégica. A língua é mais do que um código de comunicação, é património imaterial, é capital cultural e económico, é meio de criação e inovação”, enfatizou.
Augusto Veiga defendeu que as políticas linguísticas e culturais estão ligadas ao desenvolvimento sustentável, à educação de qualidade e à economia criativa, e destacou o bilinguismo natural de Cabo Verde, onde o português e o crioulo “convivem harmoniosamente”.
O secretário-geral da Organização de Estados Ibero-americanos (OEI), Mariano Jabonero, elogiou Cabo Verde como um "exemplo de democracia sólida, de diálogo institucional e de convivência entre culturas", descrevendo o país como "pequeno em território, mas grande em talento, perseverança e ambição colectiva".
Recordou que a CILPE, que chega pela primeira vez a África, depois de edições em Lisboa, Brasília e Assunção, representa uma “convergência de espaços linguísticos e um diálogo transatlântico que une a Europa, a América Latina e a África”.
Mariano Jabonero defendeu a importância do multilinguismo, da economia criativa e digital como motores do desenvolvimento sustentável, e de uma cidadania intercultural baseada “no diálogo, na empatia e no respeito mútuo”.
Por sua vez, a secretária-executiva da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Fátima Jardim, sublinhou a relevância das línguas como instrumentos de "solidariedade, humanismo e valores", apelando ao reforço da cooperação lusófona em áreas como educação, ciência e cultura para combater a pobreza e reduzir desigualdades.
TC/CP
Inforpress/Fim
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