
Cidade da Praia, 10 Nov (Inforpress) - O director nacional da Política Externa, Carlos Semedo, afirmou hoje que a realização da formação regional de formadores em cibersegurança na representa um “passo decisivo” na integração das questões digitais e da cibersegurança na política externa cabo-verdiana e regional.
O diplomata falava na abertura do programa internacional “Training of Trainers – Regional Initiative in Praia, Cabo Verde – Joint Platform for Advancing Cybersecurity in West Africa”, uma formação que decorre na cidade da Praia de 10 a 13 de Novembro, promovida pelo Instituto Diplomático de Cabo Verde (IDCV), em parceria com o governo alemão (GIZ), a Diplo Foundation, a União Europeia e a CEDEAO.
Segundo Carlos Semedo, a iniciativa reforça o compromisso de Cabo Verde com a diplomacia digital e a governação responsável das tecnologias emergentes, realçando que as questões digitais e da cibersegurança tornaram-se “altamente importantes na agenda das relações internacionais”, cruzando-se com temas como a segurança e estabilidade global, os objectivos do desenvolvimento sustentável e a economia.
O diplomata alertou que a maioria dos países africanos ainda não coloca os desafios digitais no topo das suas prioridades de política externa, apesar de reconhecerem a relevância dessas matérias.
Num contexto global de “corrida tecnológica” entre as grandes potências, o embaixador considerou essencial que os países africanos se preparem para participar activamente nos debates sobre a inteligência artificial e as suas implicações políticas, económicas e éticas.
Reconhecendo as limitações estruturais de Cabo Verde e de outros pequenos Estados insulares, Carlos Semedo destacou que o país está determinado a participar como parceiro ativo na transformação digital global.
Recordou, nesse sentido, que o Governo cabo-verdiano manifestou o seu interesse em aderir à Convenção-Quadro do Conselho da Europa sobre Inteligência Artificial e Direitos Humanos, Democracia e Estado de Direito, reforçando o compromisso nacional com uma governação digital ética, colaborativa e baseada no direito internacional.
“A transição digital em Cabo Verde visa melhorar a vida dos cidadãos e promover colaborações inovadoras entre o setor público e o privado, com maior responsabilidade no domínio da cibersegurança”, afirmou, defendendo que as infraestruturas nacionais e os serviços digitais devem estar preparados para enfrentar as ameaças cibernéticas associadas à transformação tecnológica em curso.
Carlos Semedo salientou ainda que a formação de formadores é uma oportunidade concreta para capacitar quadros nacionais e regionais, permitindo-lhes adquirir uma visão global dos desafios e fundamentos da segurança digital.
O objectivo é que esta formação seja um "passo decisivo na construção de uma política externa moderna", que saiba explorar a intersecção entre tecnologia e segurança, baseada no conhecimento científico e na cooperação internacional.
CM/CP
Inforpress/Fim
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