Mané Trovoada acusa direcção de Hélder Gonçalves de “humilhar e abandonar” a selecção no Afrobasket’2025

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Mané Trovoada acusa direcção de Hélder Gonçalves de “humilhar e abandonar” a selecção no Afrobasket’2025
05/11/25 - 10:51 pm

Cidade da Praia, 05 Nov (Inforpress) - O seleccionador cabo-verdiano de basquetebol, Emanuel Trovoada, acusou hoje o presidente “destituído” da Federação Cabo-verdiana de Basquetebol de ter “humilhado e abandonado totalmente a selecção no Afrobasket Angola’2025” e que submeteu a comitiva à fome.

Em conferência de imprensa realizada esta tarde numa das unidades hoteleiras da capital, “Mané” Trovoada, nome por que é conhecido desportivamente, foi claro ao denunciar que a selecção de Cabo Verde foi ao Afrobasket com um plano perfeitamente detalhado para conquistar a Medalha de Ouro, mas que a federação de Hélder Gonçalves deitou por terra todas as suas aspirações.

Acusou a direção de ter anunciado a quebra do vínculo com a federação, mas alertou que tem contrato com o organismo até 2026 e que, inclusive, tem dívidas em atraso, tanto do arrendamento de casa, como do vencimento, situação que promete levar ao Tribunal para ver ressarcido os seus direitos.

“No Afrobasket 2025 passamos fome, ficamos ao abandono em Paris, sem campos para treinar, recorremos a ex-jogadores da selecção para treinamentos porque não tínhamos equipas para treinarmos. Tivemos de ir aos treinos de uber”, relatou Trovoada, que conquistou medalha de bronze para Cabo Verde no Afrobasket Angola’2007 e que fez questão de alertar “a estes dirigentes que o seu nome já faz parte da história de Cabo Verde”.

“Confesso que por Cabo Vere após o Afrobasket decidi não falar. Por Cabo Verde fiquei no meu canto, por silêncio, por respeito que recebi dos meus pais, para não baixar o nome do nosso basquetebol, por Cabo Verde. Agradeço a todos os meus jogadores.  Só nós sabemos o que passamos”, lamentou Trovoada.

“O meu plano de preparação para a selecção foi recusado pela federação. Tudo começou mal. Desde o estágio em Portugal, a passagem pela França e o regresso à Portugal”, lamentou este técnico, sustentando que sequer os jogadores internacionais que tinham acabado de competir nos seus clubes foram respeitados.

 “Jogadores que tinham acabado a competição como Edy Tavares, Michael, Vinil, Ivan Almeida e muitos outros privaram das suas férias. Não havia plano da Federação para pós-Rio Maior”, queixou-se Trovoada, afirmando que em Angola recorreu a empresários amigos e embaixadores que contribuíram com um “dunta-mó” forte para Cabo Verde conseguir 70 por cento dos custos pagos para que a comitiva pudesse ter acesso ao hotel.

Emanuel Trovoada anunciou em Maio a sua saída do comando técnico da selecção cabo-verdiana de basquetebol, após a eliminação nos quartos-de-final do Afrobasket’2025, diante de Angola. 

A direção de Hélder Gonçalves tinha sido eleita em Abril do corrente ano à presidência da FCBB, mas no fim-de-semana passada foi destituída em assembleia-geral extraordinária, tendo sido eleito José Semedo para assumir a Comissão de Gestão com a promessa de “restaurar a credibilidade da modalidade e preparar a selecção nacional par a qualificação ao Mundial’2027”. 

SR/JMV

Inforpress/Fim

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