REPORTAGEM/Portugal: Café de Tony torna-se no ponto de encontro dos imigrantes cabo-verdianos

Inicio | Economia
REPORTAGEM/Portugal: Café de Tony torna-se no ponto de encontro dos imigrantes cabo-verdianos
04/08/25 - 06:39 pm

*** Por Feliciano Monteiro, da Agência Inforpress ***

Lisboa, 04 Ago (Inforpress) – “Nossa Terra” é o nome do café do santa-catarinense Manuel António Varela “Tony”, situado em Mercês (Portugal), que desde a sua abertura, em 2018, se tornou no ponto de encontro dos imigrantes cabo-verdianos radicados naquele país europeu.

Segundo o empresário, natural de Ribeira Acima, Santa Catarina (Santiago), que vive em Portugal desde 1998, o restaurante/bar mais conhecido por “Café de Tony”, situado em Mercês, Lisboa, tem feito jus ao nome juntando de segunda-feira a domingo, sobretudo no período de tarde, imigrantes cabo-verdianos e outros africanos.

Tony revelou à Inforpress que o que o motiva, mais do que a questão financeira, é saber que o espaço se tornou no ponto de encontro para seus conterrâneos residentes e em férias em Portugal e de outros imigrantes africanos.

É que, conforme lembrou, ao redor do seu café há lojas e imigrantes que vendem produtos africanos.

“Café de Tony tornou-se também num espaço de união e entreajuda, onde nós que vivemos há vários anos em Portugal, com nacionalidade e residência, temos estado a ajudar os nossos patrícios em vários aspectos, desde encontrar um quarto para arrendar, tirar o Número de Identificação Fiscal (NIF) e outros documentos (…)”, acrescentou.

Fez saber que no restaurante é servido pratos típicos,  tanto portugueses como cabo-verdianos, mas que , entanto, no dia que é servido cachupa ou feijoada os almoços e os jantares se tornam em momentos de convívios, jogam cartas e oril, e ainda bebem um “bom grogue cana-a-cana”.

Na ocasião, confessou que antes de ser empresário trabalhou em vários sectores e por conta de outrem e passou por dificuldades como qualquer outro imigrante cabo-verdiano.

Sobre o negócio, adiantou que está a correr bem financeiramente e que pelo facto de não haver burocracias na abertura de uma empresa em Portugal, não tem havido “rivalidades” entre os cabo-verdianos que têm negócio no mesmo ramo.

“Não há inveja, hoje vou ao café de um cabo-verdiano e no dia seguinte vem ao meu. Hoje, estão muitos cabo-verdianos cá em Portugal e acredito que assim como no meu caso o negócio dos meus conterrâneos está a correr bem financeiramente”, concretizou Tony.

Quanto ao futuro, quer ver os seus seis filhos tornando-se homens e mulheres e que Deus lhe permita que no próximo ano complete 50 anos.

No momento da reportagem, Tony encontrava-se à mesa com vários cabo-verdianos com destaque para o artista Djilu di Djinha, autor do funaná “Tonga”, música que tem feito sucesso em Cobo Verde e nas redes sociais.

O imigrante santa-catarinense Nana não usa álcool, mas disse à Inforpress que o motivo que o leva ao “Café de Tony” praticamente todos os dias é a convivência com os outros cabo-verdianos, onde vão comer um “boa cachupa e feijoada”, ouvir a música e falar o crioulo.

Em Portugal, conforme constatou a Inforpress. assim como o “Café de Tony” outros restaurantes/bares e barbearias têm tornado no ponto de encontro dos imigrantes cabo-verdianos.

FM/JMV

Inforpress/Fim

Partilhar