Cidade da Praia, 01 Ago (Inforpress) – A secretária de Estado da Inclusão Social, Lídia Lima, considerou hoje que apesar do trabalho não remunerado continuar a recair maioritariamente sobre as mulheres, há sinais positivos de evolução na sua participação e reconhecimento.
A governante falava à imprensa, durante a apresentação do estudo sobre o “Uso do Tempo e Trabalho Não Remunerado (TNR) – 2024”, promovido pelo Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género (ICIEG), em parceria com o Instituto Nacional de Estatísticas (INE), no âmbito do Dia Internacional da Mulher Africana, celebrado a 31 de Julho.
Os dados preliminares indicam que a taxa de participação da população em trabalhos não remunerados é de 79,48%, com uma maior representação feminina, ou seja, 88,8% das mulheres estão envolvidas nestas tarefas, face a 70,21% dos homens.
“Entretanto, os dados demonstram também que há uma evolução clara em relação à participação das mulheres”, apontou.
Reafirmou o compromisso do Governo com o empoderamento feminino, sublinhando a necessidade de continuar a implementar políticas de cuidados e promover maior sensibilização social sobre igualdade de género no seio das famílias e na sociedade.
Segundo Lídia Lima, os trabalhos domésticos e os cuidados com os membros da família continuam a ser garantidos principalmente pelas mulheres, o que tem impacto directo na sua autonomia financeira.
Reconheceu ainda uma diferença de 18% na participação entre homens e mulheres, algo que, afirmou, “exige uma reflexão” e medidas concretas para libertar mais mulheres para o mercado de trabalho.
A governante sublinhou a importância de garantir que as mulheres possam conciliar de forma saudável a vida profissional e familiar, reconhecendo que, além de cuidarem das crianças, idosos e pessoas com deficiência, muitas mulheres mantêm uma carreira profissional activa.
Lídia Lima garantiu que o Governo está a trabalhar no sentido de reduzir essa desigualdade, com medidas já em curso e outras em preparação.
Destacou ainda que, apesar dos avanços, é preciso manter o foco na sensibilização contínua da sociedade para garantir maior envolvimento dos homens nas tarefas familiares e cuidados domésticos.
Os dados revelam ainda que, em média, as mulheres dedicam 22 horas e 42 minutos semanais ao trabalho não pago, enquanto os homens contribuem com 14 horas, sendo que a média nacional é de 18 horas e 55 minutos.
O estudo reforça que o trabalho não remunerado é essencial para o funcionamento da estrutura socioeconómica do país, garantindo bem-estar físico, apoio emocional e psicológico e a manutenção das relações sociais.
A pesquisa teve uma cobertura nacional, com uma amostra de 3.306 agregados familiares e uma taxa de resposta de 73,8%.
Durante o evento foi socializada a proposta do “Programa Nacional de Apoio à Conciliação entre a Vida Laboral e Familiar de Homens e Mulheres", medida que visa promover a equidade no acesso ao trabalho, à formação e à partilha de responsabilidades familiares.
AV/JMV
Inforpress/Fim
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