Deir al-Balah, Faixa de Gaza, 29 Jun (Inforpress) - Pelo menos 72 pessoas foram mortas na Faixa de Gaza em ataques israelitas desde sexta-feira, disseram profissionais de saúde no enclave palestiniano devastado por mais de 20 meses de guerra.
O Governo palestiniano, por seu turno, estimou em 66 o número de crianças mortas no território devido à subnutrição provocada pelo difícil acesso da população do enclave à ajuda humanitária distribuída pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF na sigla em inglês), a única organização não-governamental autorizada a fazê-lo, segundo a agência de notícias privada espanhola Europa Press.
Num novo balanço das vítimas mortais dos últimos ataques israelitas, a agência noticiosa norte-americana Associated Press indica que três crianças e os seus pais foram mortos num ataque a um acampamento em Muwasi, perto da cidade de Khan Younis, no sul do território, tendo sido atingidos enquanto dormiam, segundo familiares.
Entre os mortos estão também 12 pessoas atingidas perto do Estádio da Palestina, na Cidade de Gaza, que abrigava deslocados, e outras oito em apartamentos, de acordo com funcionários do Hospital Shifa.
As autoridades de saúde adiantaram que mais de 20 corpos foram levados para o Hospital Nasser.
Um ataque ao meio-dia de sábado matou 11 pessoas numa rua no leste da Cidade de Gaza, tendo os corpos sido levados para o Hospital Al-Ahli.
Ataques a duas concentrações na Cidade de Gaza causaram um total de 10 mortos, incluindo cinco crianças, referiram fontes hospitalares.
Em relação à morte das crianças por subnutrição, a Autoridade Palestiniana sublinhou o "vergonhoso silêncio internacional em relação ao sofrimento das crianças abandonadas ao seu destino de fome, doença e morte lenta".
Na sexta-feira, foram confirmadas as mortes de mais duas crianças devido à subnutrição e à falta de medicamentos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, até 112 crianças palestinianas são internadas em hospitais na Faixa de Gaza diariamente devido a subnutrição, situação que o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, considerou como "além da catástrofe".
Na quinta-feira, o responsável disse que, pela primeira vez desde 02 de março, nove camiões da agência da ONU dedicada à saúde com "material médico essencial, 2.000 bolsas de sangue e 1.500 bolsas de plasma", entraram no enclave palestiniano.
As autoridades da Faixa de Gaza, controlada pelo movimento radical palestiniano Hamas, estimaram no sábado o número de mortos no território devido à ofensiva israelita em mais de 56.400, referindo que o número de feridos é superior a 133.000.
A guerra no enclave palestiniano foi desencadeada por um ataque do Hamas em solo israelita, a 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e fez mais de 200 reféns.
Além dos mortos e feridos, a retaliação de Israel destruiu quase todas as infraestruturas do território e obrigou centenas de milhares de pessoas a abandonarem as zonas em que viviam.
Inforpress/Lusa/fim
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