Psicólogo exige responsabilidade das autarquias no combate ao consumo de drogas (c/áudio)

Cidade da Praia, 26 Jun (Inforpress) – O psicólogo Jacob Vicente alertou hoje as autarquias para assumirem um papel mais activo na prevenção do consumo de drogas e criticou a ausência de regulação nos festivais onde, muitas vezes, promovem “mensagens nocivas aos jovens”. 

A propósito do Dia Internacional de Combate ao Consumo de Drogas, o psicólogo Jacob Vicente defendeu que as autarquias devem ser responsabilizadas pelas mensagens transmitidas nos eventos culturais que promovem, especialmente nos festivais de música que influenciam directamente o comportamento dos jovens. 

Em declarações à imprensa, à margem da Jornada de Reflexão sobre o consumo de Drogas, o psicólogo Jacob Vicente descreveu um cenário preocupante, alegando que muitos adolescentes entram no mundo das drogas não apenas por factores sociais ou emocionais, mas também devido ao impacto de conteúdos musicais com mensagens negativas. 

Segundo o psicólogo, há uma ausência clara de filtros e critérios no tipo de artistas convidados para os palcos, o que contribuim segundo o especialista, para normalizar comportamentos de risco. 

"Actualmente, há artistas que sobem ao palco com sinais visíveis de dependência, passam mensagens extremamente negativas e continuam a ser aplaudidos. Isso acontece sob o olhar das próprias autarquias que promovem esses eventos", criticou. 

Este especialista considerou que a responsabilidade de combater o consumo de drogas não pode ser apenas do Ministério da Saúde. 

Para ele, é urgente uma abordagem mais integrada, em que os municípios assumam a saúde comunitária como prioridade e passam a ter um papel activo na promoção de ambientes culturais saudáveis. 

"A responsabilidade municipal do consumo de drogas deve ser assumida. O Ministério da Saúde pode dar orientações, mas não pode continuar a deixar as autarquias para essa missão", reforçou. 

Além da crítica, Jacob Vicente apontou caminhos possíveis para a prevenção, indicando o poder da música como ferramenta educativa e terapêutica.

Alertou, no entanto, que esse potencial só pode ser aproveitado se houver um esforço colectivo para valorizar conteúdos com mensagens construtivas e conscientes. 

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Inforpress Fim