Cidade da Praia, 23 Jun (Inforpress) - O Tribunal de Contas (TC) absolveu o PSD, presidido por João Além, da condenação do crime de não prestação de contas de 2020 e 2021 nos autos do processo de julgamento de efectivação de responsabilidade financeira sancionatória.
A sentença, proferida pela juíza do TC Ana Reis, datada de 16 de Junho, e a que a Inforpress teve acesso, anula a decisão judicial que havia condenado o Partido Social Democrático (PSD) e os seus responsáveis, por proposta do Ministério Público, “solidariamente em multa por não prestação de contas de gerência de 2020 e 2021” e a própria extinção do partido.
Decide agora o TC “absolver João Silvestre Além, na qualidade de presidente do Partido Social Democrata, da infracção que lhe é imputada”, sustentando que “não tem assento parlamentar, pelo que não recebe nenhuma subvenção do Estado”.
Com isto, deixou claro o TC que “ao não receber nenhuma subvenção do Estado, não pode como é óbvio apresentar conta ao Estado, pelo facto de não ter feito uso de dinheiro público”.
Lê-se no documento que “não resultou provado que o PSD recebeu subvenção do Estado para o seu funcionamento”.
Na sua primeira reacção a esta sentença, o coordenador político do PSD, José Rui Além, disse que finalmente fez-se justiça e que a lei foi cumprida “com esta sentença favorável” e que receberam esta decisão do TC "com muita alegria e imensa satisfação”.
“Fica aqui desmistificada aquela ideia de que os partidos que não recebem do Estado, ou seja, sem representação do Estado têm que apresentar contas. Isto é uma armadilha que o Ministério Público, “a nova pide crioula”, que persegue tudo e todos, como no caso de Amadeu Oliveira, inventou”, argumentou.
Rui Além disse que o partido ficou prejudicado, porquanto a CNE não pagou ao PSD pelos votos conquistados, “numa ilegalidade com a protecção do Tribunal Constitucional”.
Criticou ainda o jornal A Nação de ter despoletado o caso ao acusar o PSD nessa altura de nunca ter prestado contas ao Estado, mas sem nunca confrontar este partido político, como forma de denegrir a imagem desta força política “por ordens superiores”.
SR/JMV
Inforpress/Fim
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