Ministro aponta projecto regional ADAPT como “um compromisso” para um futuro mais resiliente e sustentável

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Ministro aponta projecto regional ADAPT como “um compromisso” para um futuro mais resiliente e sustentável
14/04/25 - 02:19 pm

Cidade da Praia, 14 Abr (Inforpress) – O ministro da Agricultura e Ambiente considerou hoje o projecto de reforço da resiliência às mudanças climáticas nos pequenos estados insulares “um compromisso para um futuro mais resiliente, mais sustentável, inclusivo, e com foco no meio rural”.

“Este projecto, que tem sido muito debatido, (…) vai beneficiar três países no Atlântico, ou seja, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe”, disse Gilberto Silva, em declarações à imprensa, à margem do ateliê de lançamento do projecto, na cidade da Praia.

Cabo Verde, segundo disse, assumiu neste projecto o papel da liderança na articulação para que se possa, da melhor forma, partilhar as experiências na adaptação da agricultura às mudanças climáticas e no reforço da resiliência do sector ligadas às várias vicissitudes e a outras vulnerabilidades conexas.

O projecto, financiado pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), conforme Gilberto Silva, vai, primeiramente, ajudar no reforço no que o país já faz e que tem a ver com a adaptação do que se tem vindo a fazer nos diferentes sectores, nomeadamente com os sistemas de irrigação, aposta em espécies mais adaptadas às secas, sobretudo no contexto de Cabo Verde, ou seja espécies do ciclo curto que possam ser produzidos em pouco tempo.

O governante sublinhou que com as mudanças climáticas o país tem sido castigado com o fenómeno da aceleração da erosão, da degradação da biodiversidade, pelo que vai ter de tomar várias medidas para a mitigação destes factores.

“Este projecto vai ser implementado no vale de Rabil, na Boa Vista, onde vamos substituir a acácia americana, que é uma espécie invasora, por tamareiras e outras espécies que melhor se adaptam ao clima”, explicou, sublinhando tratar-se de uma aposta “muito forte” na resiliência.

De acordo com o governante, não se trata apenas de actividades físicas no terreno, mas também do empoderamento da população e das comunidades a quem se deve assegurar a apropriação das tecnologias introduzidas e das novas práticas para que a mudança seja efectiva.

“As pessoas são o centro da nossa atenção, especialmente as mulheres e os jovens, com intuito de tornar a actividade agrícola mais possível, não obstante as mudanças climáticas, mas também mais rentável, mais atractivo e melhor conjugado com o turismo”, referiu, salientando que o que se quer com o projecto é uma agricultura muito mais resiliente, mais produtiva e muito mais actrativa para jovens e mulheres.

A intenção, conforme o ministro, é trabalhar para uma maior resiliência e adaptação do sistema agroalimentar, não só na agricultura, mas também, na pecuária, na conservação da natureza, visando a que os cabo-verdianos não abandonem o meio rural, mas que permaneçam recorrendo a novas técnicas para aumentar produção.

“A África inteira contribui com 4% das emissões, e nós destacamos, neste conjunto de países, pelo facto de sofrermos fortemente as consequências das mudanças climáticas”, concluiu.

O acto da abertura do ateliê “Reforço de Resiliência dos Sistema Agrícolas às Mudanças Climáticas nos Pequenos Estados Insultares”, no âmbito do programa regional de Adaptação nos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento da África Ocidental e Central (ADAPT), foi presidido pelo ministro da Agricultura e Ambiente de Cabo Verde, e o diretor regional do FIDA, Bernard Hien.

PC/CP

Inforpress/Fim

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