Maputo, 10 Abr (Inforpress) – As manifestações “violentas e ilegais” que eclodiram após as VII eleições presidenciais e legislativas e IV para as assembleias provinciais em Moçambique causaram um prejuízo calculado em cerca de 504 milhões de dólares e mas de 50 mil desempregados.
De acordo com a primeira-ministra, Benvinda Levi, citada pela Agência Moçambicana de Informação, as manifestações, caracterizadas pela “vandalização e saque de bens públicos e privados” provocaram igualmente “mais de 50 mil desempregados”.
O facto foi avançado pela primeira-ministra de Moçambique durante a sessão especial de Perguntas ao Governo, que teve lugar hoje na Assembleia da República (AR), o parlamento moçambicano, em Maputo.
Benvinda Levi explicou que a economia moçambicana contraiu 4,87 por cento (%) no quarto trimestre de 2024, contrariando a tendência de crescimento que vinha registando no primeiro, segundo e terceiro trimestre de 2024, que se situou na ordem de 3,2%, 4,5% e 3,68%, respectivamente.
“Esta situação impactou negativamente na manutenção da paz, estabilidade política, económica e social e, consequentemente, no processo de desenvolvimento do nosso país”, disse.
A persistência das manifestações violentas e ilegais nos primeiros meses de 2025, que se caracterizaram também pela limitação da livre circulação de pessoas e bens, de acordo com Benvinda Levi, afectou negativamente o tecido social, económico e empresarial, o que está a ter repercussões no custo de vida dos moçambicanos.
Durante as manifestações violentas, do levantamento realizado pelo governo até agora, foram destruídos mais de 955 estabelecimentos económicos e sociais, facto que revela que o número de desempregados poderá vir a aumentar.
Convocadas pelo candidato presidencial derrotado, Venâncio Mondlane, as manifestações violentas também destruíram valores morais, o tecido social, económico, religioso e cultural, facto que afectou o funcionamento normal das instituições, bem como de forma indirecta alguns países vizinhos.
As manifestações chegaram ao ponto de paralisarem, por semanas, o normal funcionamento dos portos e aeroportos, incluindo principais postos transfronteiriços de Ressano Garcia, o maior posto que se situa no distrito de Moamba, província meridional de Maputo; e de Machipanda, província central de Manica.
Venâncio Mondlane reclamava uma alegada vitória nas eleições presidenciais, ganhas pelo actual Presidente da República, Daniel Chapo, investido a 15 de Janeiro.
Como forma de restaurar a normalidade os presidentes e secretários-gerais dos partidos da oposição com assento na AR; nas assembleias provinciais e municipais, a 05 de Março, assinaram um Compromisso Político para um Diálogo Nacional e Inclusivo, recentemente transformado em lei, por aclamação, pela AR.
O documento visa contribuir para uma maior estabilidade política e acelerar o desenvolvimento económico no país.
Rubricaram o Compromisso, a Frelimo, partido no poder; o PODEMOS, o maior partido da oposição; a Renamo, o segundo da oposição; o Movimento Democrático de Moçambique, o terceiro da oposição. Todos os quatro partidos têm assento na AR.
Assinaram igualmente o Compromisso, o partido Nova Democracia (ND), o Partido de Reconciliação Nacional (PARENA), o Partido Renovação Social (PARESO), o Partido Humanitário de Moçambique (PAHUMO) e a Revolução Democrática (RD).
LC/CP
Inforpress/Fim
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