Cidade da Praia, 09 Abr (Inforpress) – O nigeriano Lanre Osibona defendeu hoje na Praia a soberania digital de África e a criação de uma Cloud continental para o controlo dos dados e conteúdos na era digital.
Lanre Osibona, fundador e CEO do The Foresight Group, que se encontra em Cabo Verde para participar no workshop “Africa Cloud”, no âmbito da Atlantic Music Expo (AME) 2025, expôs a sua visão sobre o futuro digital para África.
Em declarações à imprensa, Osibona afirmou que o continente africano precisa urgentemente de uma infraestrutura digital própria, onde 1,5 mil milhões de jovens possam criar, distribuir e monetizar conteúdo digital, desde música a arte, sem depender de plataformas globais externas.
Segundo o nigeriano, o objectivo é alcançar a soberania digital e a posse dos dados, criando um ecossistema que promova a criatividade e beneficie a economia digital interna, reduzindo as barreiras de conectividade. Para isso, defende uma colaboração entre os governos africanos, com políticas que garantam o controle e a distribuição dos dados no continente.
Por sua vez, o administrador executivo do Nosi, Lumumba Barbosa, defendeu uma aposta de Cabo Verde no sector digital como um passo decisivo para o desenvolvimento do país, alinhando-se com o conceito de Africa Cloud.
Para Lumumba Barbosa, a ideia de uma infraestrutura digital robusta não só é executável, como já é uma realidade em Cabo Verde, que tem investido fortemente em soluções como fibra óptica, satélites e data centers.
“O país já possui dois centros de dados e um parque tecnológico dedicado ao apoio de startups, com a intenção de criar um ambiente digital sustentável para todos”, garantiu.
Ainda questionado sobre a introdução do Starlink em Cabo Verde, o administrador frisou que, embora o serviço via satélite tenha o potencial de melhorar a cobertura em áreas remotas, ainda são necessários testes para avaliar a sua eficácia em relação às operadoras.
Por fim, Lumumba Barbosa conectou a Africa Cloud com a música e a cultura, apontando que as plataformas digitais oferecem uma oportunidade sem precedentes para músicos e artistas de Cabo Verde e de toda a África.
“Vejo uma boa relação, porque hoje em dia os artistas fazem os seus trabalhos e rapidamente estão a divulgá-los nas plataformas e na cloud, e isto é claramente um instrumento que vai ajudar e que rapidamente consegue chegar a todas as pessoas. Portanto, Cabo Verde está bem posicionado nesse aspecto”, concluiu.
JBR/JMV
Inforpress/Fim
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