Santa Maria, ilha do Sal, 14 Mar (Inforpress) - O vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, defendeu hoje que não é possível ter um mundo estável e próspero se o continente africano continuar mergulhado na pobreza e os próprios jovens e mulheres africanos não confiarem no futuro do próprio continente.
O também ministro das Finanças fez estas considerações durante o acto de encerramento do primeiro Fórum de Investimento da África Lusófona, que aconteceu durante dois dias na cidade de Santa Maria, na ilha do Sal, reunindo principais intervenientes do sector privado e instituições internacionais de apoio ao investimento.
Olavo Correia voltou a afirmar que o continente africano, não obstante os desafios com os quais é confrontado, é “um continente de oportunidades”, que devem ser transformados em oportunidades para o desenvolvimento do continente.
“Se nós todos estivermos engajados na construção de uma África melhor, conseguiremos atingir esses objectivos, e um dos grandes desafios que temos pela frente tem a ver com infraestruturar o continente africano”, frisou.
Para o vice-primeiro-ministro, não será possível duplicar o potencial de crescimento do país sem melhorar a qualidade das infra-estruturas, acrescentando que é “dramático” para um continente fonte de energia do mundo, ter mais de 50 por cento (%) da sua população sem energia.
Para o governante, é preciso “transformar continente africano e criar condições” para que o continente africano possa duplicar o seu potencial de crescimento económico.
Olavo Correia sublinhou que o problema não está no dinheiro, mas na “disposição, liderança, no foco e no compromisso” para fazer com que as coisas aconteçam.
Concluiu afirmando que é preciso olhar para o continente africano e para aqueles que estão na pobreza com o sentido de urgência, como um problema para ser resolvido agora.
Por sua vez, o vice-presidente da Internacional Finance Corporation (IFC), Sérgio Pimenta, no seu discurso de encerramento do fórum, sublinhou que esses dois dias de encontro serviram para identificar os planos de ações “muito concretos” para os investimentos do setor privado nos projectos de desenvolvimento dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).
“Temos que falar mais dos sucessos das empresas nos PALOP porque a visão destes países não corresponde à realidade, e a realidade é que há muitas empresas do sector privado que estão a trabalhar de maneira muito eficaz, com apoios dos governos dos respectivos países e que estão realmente a fazer uma mudança da história destes países”, sublinhou.
Sérgio Pimenta enalteceu a importância de continuar a fomentar um diálogo para melhores práticas de investimentos nos PALOP, deixando o compromisso do IFC em continuar a ajudar e a trabalhar para transformar os projectos de inovação de maior impacto.
O primeiro Fórum de Investimento da África Lusófona, que reuniu na cidade de Santa Maria, líderes governamentais, investidores e instituições nacionais, foi um espaço de debate das oportunidades estratégicas de investimento e desenvolvimento sustentável nos países lusófonos.
Organizado pela International Finance Corporation (IFC), membro do Grupo Banco Mundial, o fórum abordou temas como turismo sustentável, transição energética, agronegócio, parcerias público-privadas e financiamento de projetos, com destaque para a promoção do investimento directo estrangeiro na região.
NA/CP
Inforpress/Fim
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