Comunidade guineense em Cabo Verde protesta contra permanência de Umaro Sissoco no poder

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Comunidade guineense em Cabo Verde protesta contra permanência de Umaro Sissoco no poder
09/03/25 - 12:48 pm

Cidade da Praia, 09 Mar (Inforpress) – A comunidade guineense residente na ilha de Santiago realizou hoje, na Praia, uma marcha silenciosa para expressar a sua indignação face à permanência do presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, no poder.

A situação política na Guiné-Bissau tem gerado preocupação entre os guineenses na diáspora, que acompanham atentamente os desenvolvimentos no país e defendem soluções democráticas e pacíficas para a crise política. 

A comunidade guineense reuniu-se esta manhã no Largo Memorial Amílcar Cabral para se manifestarem contra a situação política reinante na Guiné Bissau.

Duco Castro Fernandes, em nome dos manifestantes, explicou à imprensa que o protesto tem como objectivo denunciar o que consideram ser uma “usurpação de poder” por parte do chefe de Estado guineense, cujo mandato terminou, segundo os manifestantes, a 27 de Fevereiro de 2025.

No entanto, o presidente alega que o seu mandato só termina a 04 de Setembro.

“Ele sabe perfeitamente que o seu mandato terminou a 27 de Fevereiro. Durante o seu período na presidência, tomou diversas decisões, incluindo a demissão do primeiro-ministro Aristides Gomes, a dissolução do governo e da Assembleia Nacional, e a implementação de vários decretos-lei. Agora, recusa-se a sair do poder”, afirmou Duco Castro Fernandes.

Os manifestantes defendem a realização de eleições dentro de 90 dias após o fim do mandato, ou seja, até Maio deste ano.

“A manifestação é para mostrar o nosso desagrado. E achamos que é uma forma de pressão, de saber que há pessoas que conhecem bem o que se passou e ele está a mentir, claramente”, ressaltou.

“De facto, sabemos qual é a verdade, ele utiliza a mentira para se manter no poder, sabemos qual é a verdade e estamos de facto decididos a apoiar que as eleições se façam dentro de 90 dias a partir de 27 de Fevereiro e não a 04 de Setembro que ele diz como sendo a data das eleições”, acrescentou Duco Castro Fernandes.

Por seu lado, Mamudo Gana reiterou que Sissoco não quer deixar o poder e ainda não marcou a data das eleições, algo que, disse, não acontece em nenhuma parte do mundo.

Acrescentou ainda que, na Guiné, vive-se sob pressão e repressão, onde jornalistas não podem falar, são agredidos, rádios são assaltadas e deputados também são alvo de violência, sem que haja consequências.

"Por isso realizamos esta manifestação, porque a situação no nosso país não está bem", afirmou. 

Concluiu dizendo que o mandato de Sissoco terminou, que ele nunca mais será presidente e que não tem o direito de ameaçar a comunidade internacional. 

TC/JMV

Inforpress/Fim

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