PR espera avanços nas negociações de conflitos com presidência de João Lourenço na União Africana

Cidade da Praia, 15 Fev (Inforpress) – O Presidente da República manifestou-se hoje esperançoso que a presidência angolana na União Africana consiga impulsionar a pacificação do continente e fortalecer o papel geopolítico e geoestratégico da organização no contexto global.

"Devo dizer que o presidente João Lourenço, que vai assumir a presidência rotativa da União Africana, é também campeão para as questões da paz e da segurança e espero que, com o mandato dele, nos próximos dois anos, consiga dar um grande salto nessas negociações e na pacificação do continente", afirmou.

O chefe de Estado falava a partir de Santo Antão onde se encontra de visita, sobre a 38º cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana, que decorre hoje e domingo em Adis Abeba, Etiópia, que terá como tema central o pagamento de reparações pela dominação colonial, mas também os conflitos regionais e a falta de segurança.

José Maria Neves destacou a importância da liderança de João Lourenço para promover avanços nas negociações de conflitos em África, criando condições para que a União Africana desempenhe um papel mais relevante no contexto mundial.

Considerou que a cimeira é de grande relevância, pois marca o início da presidência da União Africana por um país de língua portuguesa, o que proporciona uma visão única para a região e o continente, especialmente com o programa que o país tem a nível das reformas estruturais e o compromisso com a paz e desenvolvimento.

Sublinhou também a necessidade urgente de continuar o processo de descolonização mental, defendendo que a África deve investir fortemente na educação como factor de transformação social, na saúde, na preservação do património natural e cultural, além de uma maior infra-estruturação do continente.

José Maria Neves enfatizou que, 60 anos após as independências, o continente não pode mais se limitar a lamentações, sendo necessário adoptar novas abordagens para o desenvolvimento para garantir que a África se torne um actor relevante no cenário internacional e, sobretudo, para que todos os africanos vivam com mais dignidade.

Realçou a importância dos recursos naturais do continente e a necessidade de usá-los para o seu desenvolvimento, lembrando que África é um dos continentes mais ricos do mundo, com grande potencial para o crescimento.

Em relação aos conflitos no continente, Neves mencionou a continuidade do diálogo e dos esforços conjuntos das Nações Unidas, da União Africana e de outros países na buca de soluções para o conflito entre o Ruanda e a República Democrática do Congo, a situação do Sudão e terrorismo no corredor do Sahel.

Esta é a primeira vez que Angola assume a presidência da organização de estados africanos, no mesmo ano em que o país comemora 50 anos de independência.

 AV/CP

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