São Vicente: Levantamento topo-hidrográfico das baías do Porto Grande e do Porto Novo terá impacto na modernização dos portos - governante

Mindelo 13 Fev (Inforpress) - O ministro do Mar considerou hoje que o levantamento topo-hidrográfico das baías do Porto Grande e do Porto Novo terá impacto importante na modernização dos portos de Cabo Verde porque vai permitir uma nova fase na sua evolução.

Segundo Jorge Santos, que falava à imprensa, após a apresentação dos dados topo-hidrográficos do Porto Grande (São Vicente) e Porto Novo (Santo Antão), esse levantamento ajudará na internacionalização, na criação de melhores condições de competitividade de Cabo Verde e dos seus portos e de toda a actividade atlântica.

“Seja a nível dos transportes marítimos, a nível do turismo de cruzeiros, a nível da pesca e num conjunto de outras actividades económicas que a nova fase dos portos vai relançar”, advogou o ministro para quem as obras de expansão desses dois portos deverão arrancar em Dezembro deste ano.

Para o presidente do conselho da administração da Enapor, que gere os portos de Cabo Verde, Irineu Camacho, o levantamento topo-hidrográfico irá permitir ter uma noção clara da profundidade dos portos, ter uma análise total das suas características e também uma maior segurança das embarcações que neles aportam.

Conforme o PCA da Enapor, no porto São Vicente atracam navios cruzeiros, de pesca e de contentores e isso cria alguns constrangimentos a nível operacional.

Mas, clarificou, o novo projecto para a sua expansão e modernização irá permitir que se trabalhe com terminais específicos e reformular as operações portuárias.

“Iremos ter um terminal específico para cabotagem, porque estaremos também a fazer a modernização e a requalificação da gare marítima de São Vicente, obras também que vamos iniciar em Março de 2025. Estaremos a terminar a construção do Terminal de Cruzeiros, que contamos finalizar também em Março de 2025, e vai ser um terminal específico para o turismo de cruzeiros. E vamos ter um terminal específico para pesca”, explicou

Para a mesma fonte existe uma projecção “muito forte” de pescado para 2025 e 2026 até 2030 e o terminal que será construído no Porto Grande específico para o transbordo de pescado trará uma outra visão da pesca.

“Também iremos ter um terminal de contentores onde iremos operar só com os contentores e um terminal específico para bunkering”, destacou.

Relativamente ao Porto Novo, segundo Irineu Camacho, com a expansão vai-se resolver o constrangimento enfrentado por navios de cruzeiros que vão para Santo Antão e que não conseguem atracar naquele cais.

“São as pequenas embarcações que fazem deslocação mar-terra para levar os cruzeiristas e isso coloca um problema de segurança. Com essa expansão, além da melhoria que iremos fazer na bacia de manobra do Porto Novo, iremos também aumentar o cais em cerca de 270 metros. E isso permitirá a atracação dos navios com maior porte, mais segurança para os navios de cruzeiros e para os passageiros de cruzeiros que irão desembarcar em terra”, reforçou.

Segundo José Murta Cunha, do Instituto Hidrográfico de Portugal, que fez o levantamento topo-hidrográfico, as obras que serão realizadas no Porto Grande e no Porto Novo, especialmente o Terminal de Cruzeiros, vão atrair navegação de grande porte de passageiros, que vai dinamizar muito a economia local e nacional.

Contudo, elucidou, para que os navios venham e tragam as pessoas têm de se garantir a segurança da navegação. E para isso os navios têm de ter as cartas náuticas actualizadas que são os mapas que utilizam para navegar no mar.

“Esse trabalho que nós viemos aqui fazer, primeiramente serve para isso: actualizar as cartas que os navios que vêm para Cabo Verde vão utilizar para entrar nos portos”, adiantou.

Segundo a mesma fonte, além disso, o levantamento topo-hidrográfico serve como documento de apoio para se conhecer o fundo do mar antes de se começar as obras de expansão desses portos.

“Viemos fazer um mapa do fundo do mar com elevada resolução, com profundidades conhecidas, com bastante detalhe, que vão permitir aos engenheiros planear todas as obras que precisam e vai-lhes dar informação de base essencial para a construção”, arrematou.

CD/JMV

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