Cidade da Praia, 22 Jan (Inforpress) – O presidente da UCID (oposição), João Santos Luís, disse hoje que as medidas que Donald Trump anunciou na sua tomada de posse, esta segunda-feira, são “sinais muito preocupantes” não só para o mundo, como para Cabo Verde, em particular.
“O Presidente Donald Trump, no seu discurso de posse, falou em abandonar o Acordo de Paris, a Organização Mundial de Saúde (OMS), entre outras medidas que irá tomar, são sinais muito preocupantes”, afirmou o presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática.
João Santos Luís fez estas declarações à Inforpress, a partir de São Vicente, via telefone, ao ser instado a pronunciar-se sobre algumas medidas anunciadas pelo novo Presidente dos Estados Unidos da América.
Referindo-se ao Acordo de Paris, que visa atenuar os efeitos negativos de alteração climática, o líder da UCID afirmou que a medida do Trump preocupa qualquer cidadão ou político que acompanha as dinâmicas mundiais e as políticas que vêm sendo implementadas com vista a melhorar a qualidade de vida do planeta.
Ainda no que tange ao Acordo de Paris, Santos Luís é peremptório ao afirmar que a retirada dos EUA "prejudicará grandemente Cabo Verde".
“Quanto à deportação de imigrantes ilegais e aqueles que têm crimes, a UCID foi o único partido que, na sessão anterior, ao longo do debate com o senhor ministro dos Negócios Estrangeiros e Integração Regional, manifestou esta preocupação ao Governo”, indicou Santos Luís, acrescentando que o seu partido tinha alertado o executivo de Ulisses Correia e Silva no sentido de preparar medidas para possível mitigação, se as tais medidas forem concretizadas pela administração Trump.
Disse que, na altura, o Governo respondeu “com um silêncio” aos deputados da UCID.
“Sendo a UCID um partido criado na emigração, esta situação [de expulsão de imigrantes ilegais dos EUA] nos preocupa”, frisou João Santos Luís, para quem Cabo Verde poderá ser também atingido pelas medidas do novo Presidente Donald Trump.
“Ouvi o senhor primeiro-ministro a dizer que o país está preparado para eventuais deportações, mas nós sabemos que não. Quem está no Governo tem esta tendência de dizer que estamos preparados contra tudo e todos, quando não é verdade", enfatizou o líder dos democratas cristãos, acrescentando que os governantes têm de ser humildes e ouvir os restantes actores políticos para, num "diálogo frutífero", se conseguir medidas de mitigação, no caso de Cabo Verde ser afectado pelas medidas de administração Trump.
Relativamente à retirada dos EUA da OMS, enquanto o maior contribuinte desta organização, João Santos Luís não tem dúvidas de que esta situação, a concretizar-se, afectará Cabo Verde, um país que tem uma "parceria invejável" com todos os seus parceiros internacionais, nomeadamente a Organização Mundial da Saúde.
Na sua perspectiva, o novo Presidente dos Estados Unidos deverá reconsiderar os anúncios que fez e tomar "medidas certas", porque, salientou, "são medidas muito preocupantes para o mundo".
As relações entre Cabo Verde e os EUA são seculares, tendo os Estados Unidos acolhido milhares de cabo-verdianos e muitos, neste momento, se encontram em situação ilegal.
O novo Presidente norte-americano garantiu, no seu discurso de tomada de tomada de posse, esta segunda-feira, que irá expulsar “milhões e milhões” de imigrantes ilegais, um dos principais focos da sua campanha eleitoral.
Donald Trump tomou posse como 47º Presidente dos EUA, numa cerimónia realizada dentro do Capitólio, em Washington, D.C, devido ao frio extremo na capital norte-americana.
LC/CP
Inforpress/Fim
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