Estrasburgo, França, 27 Nov (Inforpress) – A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, garantiu hoje que vai trabalhar, no seu segundo mandato à frente da instituição, numa “luta pela liberdade” e para unidade na União Europeia (UE), perante o “mundo contestado de hoje”.
“A nossa luta pela liberdade pode parecer diferente da das gerações passadas, mas o que está em jogo é igualmente elevado e honroso e isso implicará fazer escolhas difíceis, significará investimentos maciços na nossa segurança e na nossa prosperidade e, acima de tudo, significará mantermo-nos unidos e fiéis aos nossos valores, encontrando formas de trabalharmos em conjunto e ultrapassando a fragmentação”, disse a líder do executivo comunitário.
Intervindo perante os eurodeputados na sessão plenária do Parlamento Europeu na cidade francesa de Estrasburgo, antes do derradeiro voto ao seu proposto colégio de comissários, Ursula von der Leyen recordou o intenso processo de escrutínio parlamentar como a “marca de uma democracia viva” e prometeu trabalhar com “todas as forças democráticas e pró-europeias desta assembleia”.
“Trabalharei sempre a partir do centro porque todos queremos o melhor para os europeus e todos queremos o melhor para a Europa e é altura de nos unirmos e honrarmos […]. Esta unidade será ainda mais importante no mundo contestado de hoje, um mundo em que todas as fraquezas são transformadas em armas, todas as dependências são exploradas, a nossa liberdade e soberania dependem mais do que nunca da nossa força económica, a nossa segurança depende da nossa capacidade de competir, de inovar e de produzir, e o nosso modelo social depende de uma economia em crescimento, enfrentando simultaneamente as alterações demográficas”, adiantou.
O voto em plenário está previsto para cerca das 12:00 (menos duas horas em Cabo Verde).
Ursula von der Leyen foi reeleita em Julho no cargo de presidente da Comissão Europeia, que desempenhará novamente a partir de 01 de Dezembro num segundo mandato de cinco anos.
O seu próximo executivo comunitário, agora sujeito a aval parlamentar, é composto por 11 mulheres entre 27 nomes (uma quota de 40% de mulheres e de 60% de homens), uma das quais a comissária indigitada por Portugal e antiga ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que vai ocupar a pasta dos Serviços Financeiros e União da Poupança e dos Investimentos.
Num contexto de tensões geopolíticas (devido à guerra da Ucrânia causa pela invasão russa e de conflitos no Médio Oriente), de concorrência face aos Estados Unidos e China e de transição política norte-americana, Von der Leyen quer, nos próximos cinco anos, apostar na competitividade económica comunitária.
Estima-se que a UE tenha de investir 800 mil milhões de euros por ano, o equivalente a 4% do PIB, para colmatar falhas no investimento e atrasos em termos industriais, tecnológicos e de defesa em comparação a Washington e Pequim.
Só a aposta em defesa, impulsionada pela guerra da Ucrânia causada pela invasão russa e pelas recentes tensões geopolíticas, vai ter de ser suportada por necessidades de investimento na ordem dos 500 mil milhões de euros na próxima década.
Inforpress/Lusa
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