Artesão Beto Diogo defende protecção e valorização do artesanato cabo-verdiano (c/áudio)

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Artesão Beto Diogo defende protecção e valorização do artesanato cabo-verdiano (c/áudio)
02/10/25 - 02:31 pm

Cidade da Praia, 02 Out (Inforpress) – O artesão e capoeirista Beto Diogo defendeu hoje, na cidade da Praia, a importância da valorização e da protecção do artesanato cabo-verdiano.

Alberto Lima Diogo, mais conhecido por Beto Diogo, participa de 26 de Setembro a 14 de Outubro, na feira de artesanato organizada por uma Agência de Viagem e de 14 do Outubro até ao fim do mês numa feira de artesanato organizada pela Câmara Municipal da Praia, enquadrada nas comemorações do Dia Nacional do Turismo.

Em declarações à Inforpress, o artesão sublinhou que os maiores desafios enfrentados pela classe prendem-se com a falta de espaços fixos para exposição e venda das suas obras, bem como com a concorrência desleal de artigos importados, sobretudo, de outros países africanos, que muitas vezes são vendidos como artesanato cabo-verdiano.

Beto Diogo chamou a atenção para a situação registada nas ilhas da Boa Vista e do Sal onde, segundo afirmou, existe “um grande número de vendedores de peças de artesanato que vendem como artesanato cabo-verdiano, mas que não é”.

O artífice alertou que essa prática engana turistas e prejudica directamente os criadores locais, uma vez que não existe um controlo eficaz do mercado.

Para ele, o selo de certificação já criado em Cabo Verde precisa ser acompanhado de maior fiscalização para proteger a autenticidade das peças e garantir a sobrevivência dos verdadeiros artesãos nacionais.

Beto, que se define como um artista autónomo e autor sustentável, investiu há já algum tempo na aquisição de uma viatura que funciona como ateliê móvel, apostando na profissionalização da actividade.

Participante em feiras nacionais e internacionais e com uma série de formações realizadas por todas as ilhas, afirmou que parte significativa da sua produção é encomendada através de redes sociais.

“O meu apelo é claro, que os cabo-verdianos valorizem e comprem mais artesanato nacional. Trata-se de uma riqueza cultural, de uma tradição que não podemos perder, a sobrevivência do artesão depende das vendas”, frisou.

Com um percurso que alia capoeira, artesanato e ginástica, Beto Diogo iniciou a sua actividade nessa área em 2011, criando o “Ateliê Beto Diogo” e, mais tarde, um ateliê móvel, instalado numa viatura adaptada, que lhe permite realizar exposições itinerantes e dar formação em comunidades onde os jovens não têm acesso a centros urbanos.

Actualmente, divide-se entre São Filipe, na ilha do Fogo, e a cidade da Praia, desenvolvendo projectos culturais e sociais, nomeadamente, com crianças da Aldeia SOS de São Domingos.

CG/SR//HF

Inforpress/Fim

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