Mindelo, 14 Mai (Inforpress) - A presidente da Agência Reguladora Multissectorial da Economia (ARME) disse hoje que o fórum da Governança Internet se foca na responsabilidade de todos na construção da internet e de uma utilização “resiliente, segura, responsável, ética e transparente”.
Leonilde Santos falava à imprensa, no Mindelo, a propósito do V Fórum de Governança da Internet Cabo Verde, que decorre até quinta-feira, 15, no Auditório Onésimo Silveira, da Universidade do Mindelo (Uni-Mindelo).
“Essa responsabilidade é partilhada por todos aqueles que utilizam a internet, desde o Governo, as entidades reguladoras, as instituições privadas, as academias, a sociedade civil, portanto todos temos uma responsabilidade”, afirmou.
Com base nisso, segundo a mesma fonte, a ARME decidiu juntar todas as entidades que têm responsabilidade nessa matéria para discutirem e verem aquilo que são as melhores recomendações e produzir um documento que é o contributo da governança digital para Cabo Verde e que será partilhado com o Governo.
Isto porque, explicou, os que estão a usar a internet são os melhores que podem dar as informações.
Sobre os temas que serão debatidos no fórum, Leonilde Santos explicou que o evento dá especial atenção ao uso da internet, que tem de ser inclusivo.
Pelo que, a discussão de temas ligados ao acesso das mulheres às tecnologias de informação e protecção online de crianças e grupos vulneráveis tem como propósito a inclusão desses grupos.
“Nós vemos de facto é um desfasamento ou uma menor inclusão de alguns grupos que foram identificados como vulneráveis, nomeadamente as crianças, também os idosos, as mulheres que têm uma menor participação, por isso é que vamos debater estes temas, porque estando ele na era digital é preciso chamar a atenção de todas as entidades”, explicou.
O vereador da área social da Câmara Municipal de São Vicente, Rodrigo Martins, por seu lado, lembrou que a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável ressalta o “papel fundamental” que a Internet desempenha na promoção dos objectivos e metas do desenvolvimento sustentável, no que toca à educação inclusiva e equitativa, a igualdade de género e de infraestruturas, industrialização, inovação e protecção ambiental.
Também vincou que a governança da internet constitui um “vector primordial” para a transformação das sociedades, tornando-as mais justas e humanas e norteadas pelo respeito e promoção dos direitos humanos.
No entanto, considerou que “existem muitos desafios pela frente” , dos quais o de “ garantir a neutralidade da rede, a protecção dos dados pessoais, o combate à desinformação, a segurança cibernética e inclusão digital, a criação de esforços enraizados nos princípios da liberdade de expressão, a privacidade, os direitos humanos, a inovação, bem como a garantia da proteção online para crianças e grupos mais vulneráveis”.
Para o reitor da Universidade do Mindelo, Albertino Graça, que acolhe o fórum, o melhor sítio para se realizar o evento é de facto na universidade.
Desde logo, elucidou, porque é um espaço em que a Internet assume uma “centralidade muito grande” e a comunidade académica, incluindo os estudantes e os docentes, são exigentes em relação à internet.
O V Fórum de Governança da Internet Cabo Verde decorre até quinta-feira, 15, e no evento será proferida a conferência “Global digital Compact e WSIS + 20: construindo um Fututro Digital Inclusivo e Sustentável".
Haverá ainda outros painéis como “Segurança Digital e Resiliência em Cabo Verde”, “Protecção online para crianças e grupos vulneráveis”, “Inovação responsável e sustentável para o futuro digital” e “Acesso e inclusão de mulheres nas Tecnologias de Informação e Comunicação”.
CD/AA
Inforpress/Fim
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