Cidade da Praia, 04 Jul (Inforpress) – Antigos Presidentes da República e primeiro-ministro de Cabo Verde uniram hoje as suas vozes, na Praia, para assinalar os avanços conquistados nos 50 anos de independência, defendendo maior ambição, unidade e responsabilidade bem como a oficialização do crioulo.
As declarações foram proferidas à margem da conferência inaugural da Grande Feira do Livro de Cabo Verde 2025, que decorreu na Biblioteca Nacional sob o tema “O progresso de Cabo Verde, 50 anos após a Independência: diálogos literários antes e depois da Independência”, em que participaram os antigos Presidentes da República Pedro Pires e Jorge Carlos Fonseca, e o antigo primeiro-ministro, Carlos Veiga.
Para Jorge Carlos Fonseca, “a independência não se discute, valeu a pena”, sublinhando que o país cresceu, desenvolveu-se, tornou-se estável e democrático, sendo recentemente considerado como um país de rendimento médio-alto.
No entanto, defendeu que Cabo Verde “precisa de cada vez mais ambição para que, num prazo mais curto possível, possa vir a ser um país verdadeiramente desenvolvido”.
Quanto ao papel da literatura, considerou-a “interessante”, tendo começado no pós-independência com uma poesia militante, revolucionária, patriótica, heroica, que foi evoluindo até ao ponto mais alto da literatura atual do país.
Pedro Pires, por sua vez, considerou que “há 50 anos, nós não podíamos ter a ideia do que seria Cabo Verde hoje”.
Defendeu que os resultados alcançados são “aceitáveis e bons”, com ganhos na economia, na cultura e na consciência nacional.
“Devemos estar orgulhosos daquilo que conseguimos nesses 50 anos, de muito trabalho, de muita luta, de coisas certas, de coisas erradas, mas o resultado é positivo e cria condições para os próximos 50”, afirmou.
Pedro Pires realçou que a cultura cabo-verdiana, incluindo a popular, teve uma grande reabilitação e ganhou expressividade.
Já Carlos Veiga destacou que conservar os acervos da independência “é uma obrigação da Biblioteca, mas também uma obrigação de todos os cabo-verdianos”.
Recordou, que mesmo antes da independência, já existia uma identidade nacional afirmada, defendendo que “aqueles que lutaram para que esse direito fosse concretizado merecem a nossa admiração e a sua consagração como heróis nacionais”.
Carlos Veiga sublinhou ainda que “50 anos depois, Cabo Verde está muito diferente, para melhor”, com mais preparação para enfrentar os desafios.
“Falta-nos mais um patamar, de sermos capazes de ser classificados já como país desenvolvido”, apontou.
Para isso, considerou essencial que as gerações actuais continuem o trabalho iniciado, sublinhando que “há uma geração que constrói e entrega, essa geração que recebe tem que trabalhar para vir a entregar à próxima geração muito mais”.
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Inforpress/fim
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