Santa Maria, 14 Mar (Inforpress) - O ministro do Turismo de Angola declarou hoje, no Sal, que o seu país vive um momento “particularmente especial”, estando a apostar na diversificação da economia “com os olhos postos” nos investimentos que Cabo Verde tem conseguido.
Márcio Daniel fez a afirmação durante o primeiro Fórum de Investimento da África Lusófona, sublinhando que o seu governo está a acompanhar a forma “metódica e organizada” como o Governo cabo-verdiano conseguiu transformar as ilhas do Sal e da Boa Vista, num “grande destino turístico” de sol e praia.
“Uma razão muito básica é que a nossa economia tem sido, ao longo dos anos, excessivamente caracterizada por estar dependente do setor extrativo da economia, da produção de hidrocarbonetos, de petróleo, em que nós somos um dos maiores produtores ao nível do continente africano, mas também ao nível dos recursos minerais, diamantes e outros minerais”, sublinhou.
“Este conjunto de produtos tem estado a alavancar acima de 80% das receitas públicas, portanto, a diversificação é um imperativo, e há aqui setores que são âncoras da diversificação da economia, claramente quer dizer o turismo”, continuou.
Destacou que Angola tem uma “aposta que é firme”, que “deixou de ser politicamente duvidosa”, e hoje é um país que “despertou e apostou no turismo”.
“Isso já é possível verificar num conjunto de medidas que, ao nível local, não são declamadas, uma delas é uma recente aprovação de uma linha de financiamento com condições favoráveis para pequenos projetos de turismo, embora ainda não responde ao desafio que nós queremos, mas é um sinal de que existe este compromisso com o desenvolvimento do turismo”, explicou o responsável.
Segundo a mesma fonte, trata-se de uma linha que pode financiar projetos de turismo até 200 milhões de kwanzas, mas para a transformação positiva que se quer para o sector do turismo de Angola, a estratégia é a parceria com instituições financeiras internacionais.
Isso sucede, conforme o ministro, por via da identificação das áreas de interesse potencial turístico, a planificação para preparar os instrumentos de ordenamento do território para estas áreas e os investimentos do Estado nas infraestruturas destas áreas.
“Tratar do desarrolhamento, saneamento básico, energia e águas para propiciar o investimento e o maior apetite por parte dos investidores privados, para que cheguemos à terceira fase, que é a da concessão das áreas turísticas com os operadores privados”, destacou.
Márcio Daniel disse ainda que há alguns dias saiu uma manifestação de “firmemente interesse” em investir no país por parte da Implan Group, e para breve está previsto uma visita de prospecção do Grupo Barceló.
“Portanto, o apetite existe, as condições naturais lá estão e a nossa vontade e determinação enquanto governo em transformar o turismo nesta âncora do desenvolvimento e da diversificação da economia, também é muito clara”, disse.
“Em Angola estamos a aprender muito com o que Cabo Verde faz, a estreitar a parceria com os colegas do governo, com os parceiros privados que aqui também se encontram, e temos inspirados no que o arquipélago faz, um sistema integrado de gestão do turismo que controla as atividades dos operadores”, finalizou Márcio Daniel.
NA/AA
Inforpress/Fim
Partilhar