Cidade da Praia, 01 Dez (Inforpress) – Os dados apontam que em Cabo Verde morrem em média por ano 70 pessoas vítimas do VIH/Sida, informou hoje a secretária executiva do CCS/Sida, Celina Ferreira, avançando que o número maior de mortes se regista entre os homens.
A secretária executiva do Comité de Coordenação do Combate à Sida (CCS-Sida) adiantou estes dados em declarações à imprensa, à margem do acto central para assinalar o Dia Mundial de Luta Contra Sida realizado hoje, na Cidade da Praia.
Conforme realçou, a taxa de prevalência de 0,6 “continua baixa” e esse registo é “muito bom” para o País, tendo frisado que as populações mais vulneráveis, cuja prevalência é elevada, merecem atenção de prevenção e de oferta de meios de proteção e também de tratamento em caso positivo.
Garantiu que 100% das estruturas de saúde em Cabo Verde oferecem um pacote de serviço definido, que vai desde a informação, o aconselhamento prevenção, ofertas de testes, tratamento, seguimento e acompanhamento psicossocial, e que quando há vulnerabilidade socioeconómica as estruturas de saúde fazem referência às entidades responsáveis para tentar suprir as necessidades das pessoas portadoras do VIH/Sida.
Disse ainda que o registo de maior percentagem no número de mortes entre os homens portadores da doença deve-se ao facto de haver o diagnóstico tardio e muitos descobrem a doença na fase final.
Questionada se a crise pandémica não condicionou os trabalhos de luta e prevenção do VIH/Sida em Cabo Verde, Celina Ferreira garantiu que a covid-19 “não impactou muito negativamente” as acções.
“Cabo Verde é um país vulnerável que sofre várias ameaças de doenças e crises económicas mas o planeamento deve se estar sempre adaptado para poder dar respostas e efetivamente que a covid-19 tentou ameaçar os programas de VIH/Sida e outras doenças, mas Cabo Verde criou mecanismos de adaptação e de resiliência que não impactou muito negativamente”, afiançou, reconhecendo que houve ameaças durante a pandemia que não surtiu efeito nos cuidados VIH/Sida em Cabo Verde.
Apontou o engajamento de todos os intervenientes da sociedade civil para a preparação da obtenção do certificado da eliminação da transmissão vertical do VIH e sífilis em Cabo Verde prevista para 2024 como o grande desafio que o país terá de vencer.
O VIH/Sida não existe nas idades entre 15 a 19 no País, mas a faixa etária com maior prevalência situa-se entre os 35 a 40 anos.
Este ano, a ONU-Sida elegeu como lema do Dia Mundial de Luta Contra a Sida “Equidade já no acesso aos cuidados de saúde de VIH-Sida”
Este lema surge como forma de chamar a atenção de todos os actores e de todas as pessoas para acelerar os esforços e focar em ações concretas que minimizem as desigualdades, contribuindo para pôr fim à doença no horizonte 2030.
Pretendem alcançar esse objecticos através do reforço da disponibilidade, qualidade e conformidade dos serviços de tratamento, despistagem e prevenção do VIH, para que todos tenham acesso adequado, reforma das leis, políticas e práticas para enfrentar o estigma e a exclusão, partilha de tecnologia entre comunidades e países para permitir a igualdade de acesso às melhores descobertas científicas sobre o VIH.
O Dia Mundial da Luta Contra Sida, que se assinala a 01 de Dezembro, é marcado este ano sob o lema “Equidade já para acesso aos serviços equitativos de saúde incluindo VIH” um desafio, segundo a OMS, que requer participação de todos para diminuir as barreiras psicossociais, económicas, legais e geográficos.
CM/AA
Inforpress/Fim