Cidade da Praia, 21 Mar (Inforpress) – O vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia afirmou hoje que o PAICV (oposição) está a olhar apenas para interesses meramente partidários e de curto prazo, acusando o partido de fazer “do pior melhor” para tirar dividendos políticos.
Olavo Correia falava aos jornalistas no final do encontro com o parceiro, para balanço da implementação das medidas da covid-19, quando foi instado a comentar a notícia em que o PAICV acusa o Governo de “falta de transparência, irregularidades e atropelos” na gestão dos recursos colocados à disposição de Cabo Verde no combate à covid-19.
O governante salientou que essa declaração não faz sentido quando são os parceiros que colocaram os fundos à disposição de Cabo Verde é que estão a dizer que os recursos públicos foram bem utilizados com base num relatório que foi feito por uma entidade externa independente e reputada, que é o Tribunal de Contas.
“Quando os parceiros dizem que o Governo utilizou bem os recursos e o PAICV diz que não, o PAICV está a olhar para interesses meramente partidários, de curto prazo, que não tem nada a ver com a evidência dos factos e nem tem a ver com interesse dos factos”, sustentou.
“Penso que temos tudo para acreditar que os recursos foram bem utilizados. O PAICV está interessado em fazer do pior o melhor e acha que quanto pior para o País melhor é para o PAICV. Tudo aquilo que serve para danificar, para apoucar, para diminuir o desempenho de uma nação, o PAICV usa”, disse.
Olavo Correia salientou que a pandemia da covid-19 foi um processo liderado pelo Governo de Cabo Verde, mas sublinhou que foi um desafio assumido por toda uma nação, pelo que considera que na ânsia de atingir o Governo, o PAICV põe em causa os esforços de todos os cabo-verdianos.
Por isso, apelou ao partido e a todos os cabo-verdianos que olhem para Cabo Verde e para a nação cabo-verdiana e não só para o Governo, sublinhando que tudo aquilo que for bom para Cabo Verde é bom para todos nós.
“Quando o País é bem avaliado, é bem referenciado temos de nos sentirmos orgulhosos. Não podemos nos sentir tocados por causa disso. Porque é a nação que está em causa, não é apenas o Governo”, realçou.
O governante admitiu que, apesar da boa avaliação da parte dos parceiros de desenvolvimento e da declaração de que os recursos foram bem utilizados, que há espaços para melhorar.
“Nós não podemos ser arrogantes e dizer que tudo está bem. Há aspectos a melhorar e o Governo é humilde e, com base no relatório do Tribunal de Contas, estamos a analisar os aspectos que devem ser melhorados e vão ser melhorados”, disse.
Neste sentido, falou de algumas reformas que estão a ser empreendidas ao nível do quadro institucional para melhorar ainda mais o quadro de governação para reforçar, ainda mais, a transparência e melhorar os resultados, servir as pessoas e garantir um País inclusivo, desenvolvido, sem pobreza extrema e com menos pobreza absoluta.
Em conferência de imprensa na semana passada, o secretário-geral do PAICV, Julião Varela tinha dito que a auditoria do Tribunal de Contas põe a nu a falta de transparência, irregularidades e atropelos à lei na gestão dos recursos colocados à disposição de Cabo Verde no âmbito do combate à covid-19.
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