Vencedor do “Grande Prémio Cidade Velha” preocupado com prémio desde 2010 e ministro garante que o problema vai ser resolvido

Cidade da Praia, 09 Jun (Inforpress) – O investigador Silvino Évora disse hoje à Inforpress que continua a reivindicar parte do “Grande Prémio Cidade Velha” que ganhou em 2010 e o ministro da Cultura e Industrias Criativas tranquiliza o autor que o livro vai ser publicado.

Abraão Vicente deu esta garantia ao ser abordado sobre este assunto à margem, de um encontro de reflexão que reuniu os trabalhadores do Arquivo Nacional de Cabo Verde (ANCV) para a assinalar o Dia Internacional dos Arquivos e do 30º aniversário da criação do ANCV, que se comemora no próximo dia 31 de Dezembro.

Para o governante, o caso  do investigador Silvino Évora é mais uma situação herdada do anterior ministério “que criou prémios e compromissos com várias instituições e não cumpriu”.

“Espero que no caso do livro  do senhor Silvino Évora o problema seja resolvido até ao fim deste ano”,  admitiu o ministro que diz não ter pressão em resolver as questões deixadas pendentes pelo seu antecessor.

Segundo Abrão Vicente, já se solicitou a contratação de um re-writer para rever o texto, uma vez que a versão trabalhada  pela Biblioteca Nacional “desapareceu e não se sabe onde pára”.

“Iremos cumprir porque  é um compromisso de toda a nação e não só do anterior Ministério (da Cultura)”, garante o ministro que apela àquele investigador a estar “tranquilo porque o Estado pode ter dívidas em atraso, mas não deve”.

Por sua vez, Silvino Évora, em declarações à Inforpress, deixou transparecer que acredita no diálogo como a “melhor via” para a solução deste  problema que o opõe ao Ministério da Cultura desde 2010.

Explicou que o Grande  Prémio Cidade Velha, que ganhou, era no valor de dois mil contos, em que o vencedor recebia metade deste valor em dinheiro, enquanto a outra parte seria destinada à publicação da obra vencedora do concurso.

“Na altura, disseram-me que não me iam dar mil contos para a publicação do livro, mas que iriam encaminhar este montante à Biblioteca Nacional para fazer a publicação”, precisou, acrescentando que a “primeira tentativa” para a edição da obra só surgiu em 2012, portanto, quase dois anos após o anúncio do vencedor,  e pretendia-se que o livro fosse lançado por ocasião da Feira da Palavra realizada nesse ano.

Conforme suas palavras, depois de alguma insistência junto das autoridades do então Ministério da Cultura, o livro foi publicado e a qualidade dos primeiros 50 dos 500 exemplares acordados com a gráfica F & Ciência “não agradou a nenhum dos intervenientes”, ou seja, nem ao autor nem aos responsáveis da Biblioteca Nacional.

Diante desta situação, prossegue o autor, os responsáveis da Biblioteca Nacional mandaram suspender os trabalhos de acabamento do livro, cujo miolo já estava impresso, mas a qualidade da capa era “muito má”.

“Em 2014,  escrevi ao ministro da Cultura, na altura,  (Mário Lúcio Sousa) e disse-lhe que considerava que não tinha recebido a parte da publicação do prémio, porque, por um lado, a qualidade do livro não valorizava o meu trabalho e, por outro, os 50 exemplares estavam muito aquém dos mil contos destinados à publicação”, lembrou Silvino Évora que ainda lamenta não ter recebido um tostão proveniente da venda das cinco dezenas de exemplares.

“Se ganhei o prémio, a parte da publicação do livro continua ser minha e não da Biblioteca Nacional”, comentou Évora, adiantando ter recebido uma carta do gabinete do Mário Lúcio a reconhecer que tinha razão e que daria directrizes à Biblioteca Nacional para publicar o livro, com vista a cumprir o que era o regulamento do prémio.

LC/CP

Inforpress/Fim

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