UNTC-CS afirma que 2023 poderá ser ainda pior do que 2022

Cidade da Praia, 28 Dez (Inforpress) – A secretária-geral da UNTC-CS, Joaquina Almeida, considerou hoje que 2023 poderá ser ainda pior do que o ano em curso, porque o Governo tem-se mostrado “ineficaz” perante o aumento de preços de bens de primeira necessidade.

“O ano de 2022 foi difícil porque trouxe incertezas, provocadas pela guerra na Ucrânia, que desde finais de Abril tem preocupado o mundo que já estava se recuperando dos danos causados pela pandemia da covid-19”, sublinhou a sindicalista.

A secretaria-geral da União Nacional dos Trabalhadores de Cabo Verde, Central Sindical (UNTC-CS), que falava à Inforpress, em jeito de balanço e perspectivas para o próximo ano, disse que as medidas implementadas pelo executivo de Ulisses Correia e Silva têm sido ineficientes perante a situação difícil em que vivem muitas famílias cabo-verdianas.

“O Governo tem-se mostrado ineficaz nas políticas para mitigar o aumento de preços de bens de primeira necessidade, ou seja, repor o poder de compra dos trabalhadores que diminuiu consideravelmente com essa crise”, apontou Joaquina Almeida indicando que a situação actual é de incerteza devido à instabilidade que se verifica no mundo por conta da guerra na Ucrânia.

Por outro lado, acusou ainda o Governo de culpar a guerra para não cumprir o programa e fazer uma boa gestão do Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável (PEDS).

Almeida lembrou que o Orçamento de Estado para 2023 prevê o aumento do salário mínimo de 13 para 14 mil escudos e aumento na função pública, medida essa, que considera insuficiente tendo em conta o contexto de incertezas em que se vive hoje.

“Não sabemos como as coisas vão evoluir, por isso é muito difícil tentar fazer uma previsão, devido à incerteza do término dessa guerra que arrasta consigo instabilidades nos mercados internacionais”, salientou.

A secretária-geral considerou que o Governo deve dar uma especial atenção ao sector informal que está acima dos 60% dos empregos em Cabo Verde e assegurou que a UNTC-CS vai continuar a reivindicar e lutar para que todos tenham acesso à protecção social.

Por outro lado, considerou que a actuação da Direcção-Geral do Trabalho e da Inspecção-Geral do Trabalho tem sido “negativa”.

Neste sentido, defende que o Governo devia extinguir as duas instituições e criar a Alta Autoridade para as Condições do Trabalho (AACT) que deverá ser dirigida por uma entidade nomeada pela Assembleia Nacional.

De acordo com as previsões orçamentais, o Governo prevê o crescimento de 4,8 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023.

O Orçamento de Estado para o ano económico 2023 é de cerca de 78 milhões de contos, um acréscimo de quatro/cinco por cento (%) em relação a 2022.

AV/HF

Inforpress/Fim

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