Mindelo, 03 Abr (Inforpress) – A ministra Eunice Silva garantiu hoje, no Mindelo, que a experiência-piloto de substituição das casas de lata por “casas condignas” vai, numa primeira fase, contemplar um quarto desse tipo de habitação existente em São Vicente.
A titular das pastas das Infra-estruturas, Ordenamento do Território e Habitação visitou na manhã de hoje alguns locais da ilha onde se faz sentir com maior acuidade assentamos de casas de lata, que, no caso de São Vicente, ascendem a mil, das quais um quarto desse número será agrupado para arrancar com a construção de raiz de novas casas.
Por enquanto, Eunice Silva não avança o montante que está em causa para a primeira fase da experiência-piloto, e nem se a ideia de arrancar ainda este ano com o projecto vai concretizar-se, uma vez que o Governo, aludiu, encontra-se dependente da elaboração de um processo que vai ser submetido ao financiador.
“Já temos o sinal do financiador, o dossiê tem que ser trabalhado e é por isso que estamos cá acompanhados da nossa equipa, a percorrer os sítios mais problemáticos e identificar onde vamos começar a intervir nesta experiência-piloto”, precisou a mesma fonte.
Sobre a impressão que leva da visita a alguns desses assentamentos que visitou, a ministra considerou que a situação de São Vicente é diferente das outras ilhas, por exemplo de Santiago, onde também regista-se uma “expansão descontrolada” mas não há esse tipo de construções.
“Aqui há casas feitas só de lata em condições muito precárias e são essas casas que queremos substituir por casas condignas”, concluiu Eunice Silva.
Por seu lado, o presidente da câmara de São Vicente, Augusto Neves, que acompanhou a ministra nesta visita, lembrou que esta questão da habitação tem sido a “grande preocupação” da câmara, mas que, com este projecto, pode-se “reduzir drasticamente” esse número.
“É um projecto com um montante considerável, com apoio do governo chinês, e estamos a fazer o levantamento em todos os bairros, são mais de mil casas de lata, o projecto será executado em fases e poderá resolver esse problema de casas de lata em São Vicente”, ajuntou Augusto Neves.
“Acho que é vontade do Governo, tem sido uma preocupação de sempre a câmara e nós a breve trecho ultrapassaremos este problema”, declarou o autarca, que explicou que se trata de um “projecto controlado” e que onde for destruída uma casa de lata “será uma eliminação definitiva mesmo”.
Por outro lado, a câmara deve lançar nos próximos meses o projecto de melhoria dos tectos de habitações degradas em São Vicente, fruto de um empréstimo bancário de cerca de 40 mil contos que contraiu junto da banca e que já se contra disponível, segundo Augusto Neves.
“Vamos fazer uma ofensiva para resolver este problema antes da época das chuvas e sei que é preocupação do primeiro-ministro em resolver o problema das casas degradadas e o problema nos tectos em São Vicente”, concluiu o presidente da câmara.
AA/CP
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