Cidade da Praia, 08 Mar (Inforpress) – A deputada da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição) afirmou hoje que a saúde mental continua a ser o “parente pobre” do sector no País, lembrando que todos têm direito à saúde, independentemente da sua situação económica.
Zilda Oliveira fez esta afirmação quando intervinha no primeiro debate parlamentar deste mês com a ministra da Saúde, Filomena Gonçalves.
Conforme lembrou, o programa do Governo para esta legislatura estabelece como objectivo garantir a qualidade de vida aos cabo-verdianos, com promessas de investimentos em infraestruturas e equipamentos médicos-hospitalares e recursos humanos.
“Sem descurar e nem minimizar os investimentos já realizados, as vulnerabilidades ainda persistem bem como as assimetrias. A Organização Mundial da Saúde recomenda 15 % do Orçamento do Estado para o sector da Saúde”, referiu.
Zilda Oliveira salientou que a nível das infraestruturas de saúde, aquilo que se constata são obras que ainda não se iniciaram e outras em que os prazos de execução já se esgotaram, acrescentando que mesmo os projectos sanitários que foram inaugurados permaneceram de portas fechadas por “um longo período” de tempo.
Apontou o deficit de recursos humanos e materiais nomeadamente de materiais diagnósticos, reagentes, ou frasco contentor de urina e ruptura constantes de stocks de medicamentos essenciais para a satisfação prioritária dos utentes.
No entender da deputada da UCID, os recursos humanos devem ser o pilar central de qualquer instituição, salientando que o desempenho dos mesmos pode condicionar a prestação de serviços de qualidade.
“No ano transacto foram rescindidos 600 contratos a enfermeiros, entretanto verifica-se um estrangulamento laboral nas várias estruturas de saúde em resultado do número insuficiente de enfermeiros para dar respostas às demandas”, apontou, lembrando que não se pode falar da qualidade de saúde sem recursos humanos satisfeitos e motivados.
Acrescentou ainda que não há qualidade e melhoria de serviços de saúde sem a devida avaliação, questionando neste sentido para quando está prevista a implementação de um sistema contínuo de avaliação e monitoramento dos serviços de saúde.
“Os questionamentos são muitos, senhora ministra e encontram eco no nível de insatisfação da população com o sector da saúde”, concluiu.
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