Tarrafal, 14 Mar (Inforpress) – O Presidente da República de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, manifestou hoje o seu apoio pessoal e do seu país a uma possível candidatura do Campo de Concentração do Tarrafal a Património da Humanidade da Unesco.
“Apoiamos [a candidatura do Campo de Concentração do Tarrafal à Património da Humanidade da Unesco], porque nós também lutamos para perpetuar as memórias desse tipo, porque estes patrimónios são do mundo. Nós conservamos e damos esses passos, mas colocamos à disposição do mundo e é isso que temos que fazer. A candidatura tem todo o meu apoio”, declarou o chefe de Estado são-tomense.
Carlos Vila Nova, que cumpriu hoje o segundo de quatro dias de visita ao arquipélago cabo-verdiano, falava à imprensa após uma visita ao também Museu da Resistência, no Tarrafal de Santiago, onde esteve acompanhado do seu homólogo cabo-verdiano, José Maria Neves.
“[Campo de Concentração do Tarrafal] tem importância e que não orgulha voltar a pensar nela. São memórias, acabamos por perceber isso mesmo, mas, a forma mais correcta de valorizar tudo o quando que aqui se passou e ver que tudo isso custou a eles, mas, valeu a liberdade. Foi uma forma dolorosa de nós hoje termos a liberdade em que vivemos”, observou.
Estas memórias e histórias, insistiu devem ser “ultrapassadas” e que os países, neste particular São Tomé e Príncipe e Cabo Verde devem seguir em frente para que possam construir um país “moderno” com condições de bem-estar e de desenvolvimento para as pessoas e de alguma maneira valorizar todo este sofrimento que ocorreu no ex-Campo de Concentração do Tarrafal.
Por outro lado, notou que estas “memórias e histórias” extravasaram as fronteiras de Cabo Verde e implicou todo o período de luta pela libertação e independência dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), sobretudo de São Tomé e Príncipe e Cabo Verde.
Por seu turno, o chefe de Estado cabo-verdiano afirmou que o ex-Campo de Concentração do Tarrafal é expressão da irmandade entre os PALOP, que, segundo lembrou, fizeram uma luta comum.
“Esta visita é importante porque é o dever de memória para sabermos o quanto custou a liberdade, o quanto custou ganhar o nosso País e a possibilidade de termos o nosso destino nas nossas próprias mãos para podermos escrevermos o nosso futuro”, explicou.
Na mesma linha que seu homólogo santomense, José Maria Neves defendeu que a melhor homenagem que se deve prestar aos que estiveram no ex-Campo de Concentração do Tarrafal, e que consentiram todos os sacrifícios e alguns a própria vida, é trabalhar para se ter um país mais desenvolvido, e onde todas as pessoas possam viver em liberdade e com liberdade.
Durante a sua estada em Santiago Norte, além de visitar ex-Campo de Concentração do Tarrafal, o Presidente são-tomense reuniu-se com a equipa reitoral da Universidade de Santiago, que tem formando quadros desse país africano em várias áreas, estando, de momento, 72 estudantes a fazerem licenciatura ‘on-line’.
FM/CP
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