Tabaco mata cerca de 100 pessoas por ano em Cabo Verde – INSP

Cidade da Praia, 31 Mai (Inforpress) – O administrador executivo do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), Júlio Rodrigues, apontou hoje, na Cidade da Praia que, em média, morrem cerca de 100 pessoas devido ao consumo do tabaco.

“Mas estamos a falar das mortes conhecidas, porque têm cancro de garganta, de laringe e de pulmão, mas há muitas doenças crónicas não transmissíveis em que o tabaco é o factor de risco principal, por exemplo para as doenças cardiovasculares, para hipertensão arterial (…) “, clarificou Júlio Rodrigues.

O administrador executivo do INSP, que falava à imprensa à margem do seminário alusivo ao Dia Mundial sem Tabaco que se assinala hoje, avançou ainda que esta problemática comporta “três dimensões importantes”.

Primeira dimensão é a indústria do tabaco, indicou, frisando que há que abordar como esta indústria tenta convencer as pessoas a consumir o tabaco, bem como debruçar sobre as razões que levam as pessoas a consumir o tabaco, para que se possa então convencer, dando literacia necessária, conhecimento, mais a consciência à população de que o cigarro é prejudicial.

O terceiro ponto, assinalou, são as consequências do uso do tabaco e o seu impacto na saúde pública, que, segundo Júlio Rodrigues, divide-se em o impacto na saúde directamente das pessoas que consomem o tabaco, das pessoas que vivem à volta de quem consome e, também, o impacto no meio ambiente.

“Hoje sabe-se que a parte do cigarro que é descartado depois do uso  polui igual ou mais do que plásticos, uma vez que demora muito tempo no meio ambiente e outros animais vão consumindo aquele produto, além da poluição directa (…)”, sublinhou.

O administrador executivo do INSP observou ainda que o tabaco por um lado tem a nicotina que causa a dependência e por outro o consumidor se expõe a todo o produto cancerígeno nele presente.

“Quando olhamos os relatórios, dizem que Cabo Verde está numa posição muito vantajosa em relação aos outros países em termos da magnitude da prevalência do consumo em si, mas, nós não ficamos satisfeitos enquanto existir uma pessoa que consome e que morre devido ao consumo de tabaco”, informou.

Segundo Júlio Rodrigues, os estudos de 2012 sobre a prevalência do tabaco na população geral e também entre os jovens e os adolescentes estudantes mostram uma prevalência em torno de 8/10 a 12%.

O foco principal, conforme mencionou, são as razões das pessoas fumarem, em que a maioria diz que consome porque tem um amigo que consome ou porque cresceu numa família que tem um membro da família que consome.

“Há dados que mostram que o primeiro contacto com o tabaco é muito precoce, sendo de 8 a 9 anos”, referiu, salientando que o INSP tem vindo a desenvolver muitas acções para promover a saúde e resolver estes problemas junto de outras entidades competentes.

Por seu lado, a presidente do INSP, Maria da Luz Lima, avançou que em Cabo Verde 10% a 12% da população têm hábitos tabágicos, daí que, frisou, se trata de um “problema importante” de saúde pública.

“É um problema muito grave de saúde pública que tem muitos impactos, nomeadamente económicos, sociais e na família, não é por acaso que o lema deste ano vem um pouco alertarmos para a questão ambiental, não só meio ambiente, mas o ambiente familiar, os fumadores passivos”, realçou Maria da Luz Lima.

TC/AA

Inforpress/Fim

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