Cidade da Praia, 21 Mar (Inforpress) – A ministra da Saúde, Filomena Gonçalves, disse hoje que o Sistema Nacional de Saúde registou “avanços consideráveis” no aumento da capacidade de resposta dos profissionais da saúde, isto devido aos investimentos feitos nas infra-estruturas e equipamentos hospitalares.
A governante falava durante o encontro organizado pelo Mecanismo de Coordenação do país (CCM) no Palácio do Governo, na Cidade da Praia, visando a recolha de subsídios para a elaboração da proposta de financiamento com os representantes das organizações da sociedade civil e entidades públicas e privadas.
Conforme sublinhou, parte dos ganhos obtidos no sector da saúde nas últimas décadas, deve-se às parcerias com o Fundo Global, contribuindo também para que hoje o país esteja “num patamar onde se encontra”.
“Por exemplo, as crianças expostas ao HIV/Sida nascem livres de Aids e suas mães permanecem vivas, 3.291 pessoas que vivem com HIV tem acesso aos tratamentos, 73% dessas pessoas tem uma carga viral suprimida, 100% dos casos de tuberculose diagnosticados são tratados”, garantiu Filomena Gonçalves, informando que nos últimos cinco anos não foram registados casos de malária autóctone em Cabo Verde.
Esses resultados, assegurou, possibilitam a Cabo Verde a obtenção, ainda este ano, do certificado da eliminação da malária e o certificado da eliminação da transmissão vertical (mãe para filho) do VIH e sífilis em 2024.
Para o Governo, avançou a ministra, esses certificados impõem grandes desafios quanto às estratégias de sustentabilidade, assim como, a partilha de responsabilidades, sobretudo num contexto do reforço do Sistema Nacional de Saúde, que visa a manutenção dos ganhos e do fortalecimento da segurança sanitária em Cabo Verde.
“As consequências das vulnerabilidades socioeconômicas vividas em Cabo Verde devido as inúmeras mazelas, requerem um pedido de financiamento para se superar os principais desafios do Sistema Nacional de Saúde, incluindo a abordagem integrada e sustentável do HIV, tuberculose e malária, nos cuidados de saúde primários” frisou.
Segundo Filomena Gonçalves, o país elegeu o sector da saúde “um dos eixos prioritários” no processo de desenvolvimento, co-financiando programas e projectos essencialmente na saúde sexual reprodutiva, imunização, infra-estrutura da saúde e recursos humanos.
“Essa priorização de todo o sistema de saúde é que nos permitiu dar respostas firmes e assertivas perante o maior desafio sanitário de sempre para a humanidade que é a covid-19, feito aliás com reconhecimento a nível nacional e mundial” assegurou, garantindo que o Governo vai continuar na melhoria da capacidade de resposta às demandas neste sector.
A ministra adiantou ainda que a vulnerabilidade socioeconómica pelo qual passa o país, tem tido “enorme” pressão sobre o orçamento do Estado, impactando de forma “negativa” no orçamento da saúde, no momento que a segurança sanitária é “prioridade das prioridades” para a sustentabilidade da economia cabo-verdiana.
“O Mecanismo de Coordenação do País e o Governo pretendem continuar com a disponibilidade do Fundo Global em apoiar o País, bem como advogar juntos de outros parceiros no mesmo sentido” exortou.
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