Cidade da Praia, 15 Fev (Inforpress) – Os sindicatos de Santiago anunciaram hoje a realização de uma manifestação a acontecer no sábado, 06 de Março do corrente, pelas 10:00, estando em causa o descontentamento dos trabalhadores pelo não cumprimento das promessas do Governo.
O anúncio foi feito esta segunda-feira pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública de Santiago (STAPS), Fernando Baldé, durante uma conferência de imprensa realizada na cidade da Praia, para exteriorizar as decisões saída do encontro com os sindicatos sediados na ilha de Santiago, filiados na UNTC-CS.
Em representação aos sindicatos, Fernando Baldé avançou os motivos da manifestação designadamente a não reposição do poder de compra, a não revisão dos Planos de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), dos funcionários da função pública, o não aumento salarial de 1 por cento (%) anual e consequentemente 5% no final da legislatura, criação dos 45 mil postos de trabalho.
Com concentração na rotunda do Centro Social 1º de Maio, na Fazenda, o porta-voz afirmou que consta ainda da lista dos motivos da manifestação, a não revisão dos estatutos do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), o não cumprimento do Acordo de concertação Estratégico(ACE), a não revisão dos estatutos da carreira médica, dos enfermeiros e técnicos de saúde.
A outra razão para o protesto, conforme Fernando Baldé se deve ao facto de que ainda alguns trabalhadores estão a aguardar pela resolução dos seus problemas nomeadamente, dos trabalhadores da Cabo Verde Airlines (CVA), da CV Handling, dos trabalhadores da Polícia Judiciária, os funcionários das escolas básicas e secundárias, bem com dos oficiais de justiça e dos registos notariais, professores, funcionários de secretarias da administração local e central e funcionários da UNICV e entre outras instituições públicas.
O responsável adiantou que esta é a “melhor” altura de reivindicar as promessas não cumpridas pelo Governo, tendo sublinhado que “não há negociação” e que a única forma de evitar a manifestação é o cumprimento destas reivindicações que foram elencadas num caderno e que já foi entregue a todos os partidos políticos, há duas semanas.
“Entregamos ao PAICV, MpD, Partido Popular e a UCID, todos já têm o caderno das reivindicações, que a nossa central apresentou, mas com o apoio dos sindicatos”.
Por outro lado, sublinhou, que a crise pandémica “não é motivo para não cumprir acordos de cinco anos atrás”, uma vez que, ressaltou, “há países em situações piores e ainda sim aumentaram salários, por isso achamos que a pandemia não é desculpa para não aumentar salários em 1% por ano”.
De igual modo, sustentou, nem a seca é motivo do não cumprimento das promessas, porque justificou, houve mitigação e houve apoio “e sabemos que houve despesas no aparelho da administração pública e algumas despesas poderiam ser colmatadas a favor dos trabalhadores”.
Fernando Bandé garantiu que não vão voltar atrás, e apelou ao público em geral independentemente de ser ou não filiado nos sindicatos para se solidarizar com eles, visto que, reiterou, “é muita coisa prometida e não cumprida”.
TC/ZS
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