Sindep entrega pré-aviso de greve para dia 23 de Março

Cidade da Praia, 04 Mar (Inforpress) – O Sindicato Nacional dos Professores (Sindep) já entregou o pré-aviso de greve nacional marcada para 23 deste mês, à Direcção-Geral do Trabalho, em protesto pela alegada “falta da dignidade” da classe docente cabo-verdiana pelo Governo.

O anúncio foi feito hoje, à Inforpress, na Cidade da Praia, pelo presidente do Sindep, Jorge Cardoso, afirmando que a sociedade cabo-verdiana está perante um “Governo insensível” para com os trabalhadores.

“O Sindep alerta a todos os professores a estarem atentos às manobras de tentarem dividir a classe para reinarem, inclusive, utilizando sindicatos para propagandas enganosas, que em nada abonam a classe”, pediu.

Segundo Jorge Cardoso, esta greve/manifestação, já anunciada anteriormente, visa protestar a falta de dignidade pessoal e profissional do professor cabo-verdiano pelo Governo que “só propaga e não tem resultado em nada”.

“O Sindep sempre prioriza o diálogo e negociação (…) o objectivo é ver resolvido os problemas da classe, mas só que, de facto, aquilo que temos estado a assistir pelo Governo, Ministério da Educação, é só conversa, e de conversa os professores estão cheios”, sustentou.

Com esta paralisação, o Sindep reivindica um conjunto de pendências dos professores, tendo citado como exemplos, as reclassificações de 2016 a 2021 e subsídios pela não redução da carga horária em numerário de 2017 a 2022.

Fazem parte também do rol dos descontentamentos, o congelamento de salários desde 2016, o congelamento da evolução na carreira desde 2014, e aquilo que o sindicato chama de “abuso de poder” por parte dos gestores delegados e directores tanto central como locais.

Jorge Cardoso acusa ainda o Governo de falta de reconhecimento do papel que os professores desempenham na sociedade cabo-verdiana.

“Temos professores com mais de 20 anos de serviço e continuam na mesma categoria profissional, mas, mais do que isto, os professores estão a ser fustigados com o abuso, por parte de alguns delegados e directores”, de modo que os professores ao colocarem os seus problemas, ao invés de vê-los resolvidos, serão perseguidos, esclareceu.

Caso o Governo não resolva as pendências, o Sindicato Nacional dos Professores ameaça realizar outras manifestações até o final do ano, tendo já agendado uma para o mês de Abril, por ocasião do Dia do Professor, e o congelamento das notas.

ET/CP

Inforpress/Fim

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