Mindelo, 05 Jul (Inforpress) – O presidente do Sindicato da Indústria, Agricultura, Comércio e Serviço Afins (SIACSA) considerou hoje, no Mindelo, que a “cultura do medo” e a “escravatura moderna” são os principais problemas que enfrentam os trabalhadores em São Vicente.
Gilberto Lima, que falava hoje em conferência de imprensa, disse não ter gostado nada do que ouviu dos trabalhadores, que apontam para “precariedade laboral” nos diferentes sectores de actividade, morosidade da justiça relativa a acções de trabalho, “cultura do medo com enfase para escravatura moderna”, violações de valores quanto a associação sindical, “descontos exagerados nos salários”, entre outros.
“Tudo isto está a acontecer por falta de vontade política ou administrativa para apaziguar as questões de precariedade laboral no país”, considerou, adiantando estar o SIACSA “muito preocupado”.
Desta forma, o sindicato vai ter que agir e desde logo, segundo a mesma fonte, desafiam os decisores a procurar “sanar as precariedades laborais e salariais” em Cabo Verde e a criar “melhores condições de vida e de trabalho para todos e ainda garantir mais empregos para jovens e mulheres”.
E para por fim à “cultura do medo e de escravatura moderna” que pairam sobre a classe trabalhadora, igualmente pede-se, ajuntou, “fiscalização rigorosa” nas empresas e “atenção redobrada nas violações e atropelos de liberdade de sindical em Cabo Verde”.
Gilberto Lima disse estar falando, em grosso modo, das fábricas sediadas no Mindelo, entre as quais ICCO, Frescomar, Antunlo, Afropans, que têm retirado a voz aos trabalhadores e que pagam um “salário muito baixo”.
“Há que ter diálogo para que haja entendimento e haver maior produtividade nas empresas, porque senão os trabalhadores ficam como que escravos”, reforçou, adiantando estar em São Vicente com um “tempo mais alargado” para convencer as empresas a mudar o comportamento e a “não maltratar os trabalhadores”.
Neste sentido, o SIACSA, conforme a mesma fonte, já fez encontros com todos os trabalhadores das fábricas e agora tem um programa de encontros com as direcções das empresas e instituições municipais, que começará pela Câmara Municipal de São Vicente, onde disse existir uma “violação frontal” da liberdade sindical.
Todos estes problemas, di-lo Gilberto Lima, vão ser analisados nos finais de Agosto, em São Vicente, na quinta assembleia-geral de trabalhadores e que também servirá para eleição do coordenador local, e que vai, por sua vez, preparar o quinto congresso do sindicato, a ser realizado a 30 de Novembro próximo.
O congresso do SIACSA será realizado, simultaneamente, na Cidade da Praia e no Mindelo, devido a custos.
LN/CP
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