Sequestros de tripulantes na região do Golfo da Guiné está a aumentar – especialista

Cidade da Praia, 22 Out (Inforpress) – O comandante do Navio da República Portuguesa (NRP) Sines afirmou hoje que a região do Golfo da Guiné registou este ano 85 incidentes relacionados com a insegurança marítima, com aumento de sequestros de tripulantes para resgate.

Rodrigues Campos falava aos jornalistas na manhã de hoje, na Cidade da Praia, à margem da apresentação da iniciativa “Mar Aberto 19.2” do NRP Sines, que acontece de 07 de Outubro a 15 de Dezembro, e que irá passar por Cabo Verde, Nigéria, Togo, São Tome e Príncipe, Angola, Costa de Marfim, Guiné e Senegal.

Segundo explicou, os dados de 2019 até 15 de Outubro indicam que aconteceram 119 incidentes no mundo inteiro relacionados com a insegurança marítima, nomeadamente assaltos a navios, sequestros de navios e de tripulantes para resgate, sendo que 85 desses casos foram registrados na zona do Golfo da Guiné.

Relativamente a 2018, avançou que os incidentes diminuíram, mas casos de sequestros de tripulantes tem estado a aumentar.

Para o comandante da força, trata-se de uma região de “elevado risco” e que exige acções conjuntas para garantir a segurança marítima, e na qual Portugal quer ser um actor presente e dar o seu contributo com essa unidade naval e, assim, garantir a segurança marítima, sobretudo nessa região da qual fazem parte cinco países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Em relação à missão “Mar Aberto 19.2” que vai estar em Cabo Verde de 14 a 24 deste mês, explicou que a mesma decorre no âmbito da acção externa do Estado português e visa contribuir “de forma activa e permanente” com as preocupações da comunidade internacional a nível da segurança marítima.

“Pretendemos colaborar também de uma forma muito activa com os países de língua portuguesa no âmbito da cooperação no domínio da defesa, do apoio social, medico sanitário para estreitar relações de vários níveis, nas também aproveitar uma base de oportunidade para aproximar com outros países da costa ocidental com que temos contactos muitos frequentes e mais activos”, sublinhou.

Avançou que em Cabo Verde serão desenvolvidas acções de cooperação bilateral, como fiscalização das águas marítimas, doação de materiais recolhidas nas instituições portuguesas, prestação de serviços medico e de enfermagem, assessoria técnica e operacional com a guarda costeira, exercícios conjunto e capacitação das forças armadas.

Por seu turno, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (CEMFA), Anildo Morais, considerou que a missão “Mar Aberto 19.2” tem sido “extremamente importante”, uma vez que tem permitido às forças armadas desenvolverem acções conjuntas, missões de patrulha da pesca e de capacitação.

Com 83,1 metros de comprimento e capacidade de carga de 1.850 toneladas, o navio Sines conta com uma guarnição de 44 elementos e foi entregue pelos estaleiros da West Sea, em Viana do Castelo, à Marinha portuguesa, em 06 de Julho de 2018.

Esta a primeira incursão fora de águas portuguesas, neste caso numa missão de reforço da segurança no golfo da Guiné, afetado pela pirataria marítima.

AV/AA

Inforpress/Fim

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