Cidade da Praia, 14 Jul (Inforpress) – O secretário permanente do Sintap, Luís Fortes, disse hoje que a greve tem razão de ser a qualquer momento, contradizendo a declaração do primeiro-ministro de que não é momento para se fazer greves e reivindicações de aumento salarial.
O representante do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Sintap), fez estas considerações quando reagia, à Inforpress, às declarações do primeiro-ministro, à margem da greve de dois dias no Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP, iniciada hoje, na Cidade Praia.
Com efeito, Ulisses Correia e Silva defendeu há dias, quando foi instado a reagir às declarações dos sindicatos que ameaçavam com manifestação nacional para exigir aumento salarial em Cabo Verde, não ser o momento para se fazer greves e reivindicações de aumento salarial, alertando para o contexto de crise que o País e o mundo enfrentam, que se agravou com a guerra provocada pela Rússia que invadiu a Ucrânia.
“Eu não sei se ele estava a fazer referência a esta greve aqui, mas de todo o modo, toda a acção de greve merece, digamos, uma resposta, portanto, estamos em greve, podemos considerar que também ele quis dizer para o Instituto, mas nós sabemos e ele sabe que para greve não há momentos”, concretizou.
Na mesma ocasião, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, pediu compreensão pelo momento e um compromisso que não seja egoísta, afirmando que é preciso cuidar de Cabo Verde e definir prioridades.
Para Luís Fortes, quando os trabalhadores decidirem que devem fazer greve, é um direito, alegando que greve é sempre legal, e que, portanto, fazem greve.
“E olha que a greve aqui não é, como disse, aumento salariais e outras coisas, mas aqui está-se a pedir os instrumentos para gestão de uma instituição que se quer firme, com trabalhadores de quadro capazes de dar resposta a situação da demanda, principalmente nestas épocas de pandemia e outras coisas”, finalizou o sindicalista, reiterando que “a greve tem razão de ser a qualquer momento”.
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